quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ao que chegou a desfaçatez dos patos bravos... (PB)
Secretário de Estado da Saúde critica Guterres por ter fugido
(Público) 24.2.2010Margarida Gomes
Manuel Pizarro, Manuel Seabra e Guilherme Pinto falaram anteontem, a uma só voz, na defesa da antecipação das eleições para a Federação do Porto do PS, cujo actual mandato termina em Outubro próximo. Estes três militantes juntaram-se, assim, à pretensão do líder federativo, Renato Sampaio, que é a favor de que as eleições ocorram entre finais de Maio e inícios de Junho. Razões? Clarificação interna e um argumento político: eleições presidenciais. A história da última reunião da comissão política distrital do Porto do PS, realizada anteontem à noite, poder-se-ia resumir a esta mensagem, não fosse o deslize de Manuel Pizarro, que alguns militantes consideraram "grave". Pizarro decidiu zurzir no antigo primeiro-ministro do PS António Guterres, acusando-o de ter fugido.
Na plateia houve quem não gostasse da forma como o secretário de Estado adjunto da Saúde se referiu a um ex-chefe do Governo socialista. Mas não só. O facto de Pizarro ter "metido no mesmo saco" Guterres, Santana Lopes e Durão Barroso foi mal recebido pelos militantes.
A alusão a António Guterres aconteceu quando Pizarro - que, ao que tudo indica, deverá candidatar-se à presidência da concelhia do PS portuense (com eleições marcadas para meados de Abril) - estabeleceu um paralelismo entre o ex-primeiro-ministro do PS, que se foi embora, e o actual, a quem deixou rasgados elogios. "Este primeiro-ministro não foge!", declarou. De acordo com relatos feitos ao PÚBLICO, houve um clamor de protestos na sala quando Manuel Pizarro aludiu a Guterres da forma como o fez, particularmente por ter responsabilidades governativas.
Contactado ontem pelo PÚBLICO, Pizarro reduziu as suas declarações a um apelo a José Sócrates, vaticinando que, apesar do fogo cruzado da oposição, o primeiro-ministro não irá abandonar o Governo. "Elogiei a atitude de firmeza do primeiro-ministro, porque considero inaceitável que um primeiro-ministro se vá embora", justificou ainda o governante e membro da distrital do PS-Porto. O mesmo declarou também que "é muito bom para o país que José Sócrates não abandone o Governo", ao contrário do que defendem alguns dirigentes da oposição, designadamente o conselheiro nacional do PSD, António Capucho. Capucho afirmou à Antena 1 que José Sócrates "faria um bom serviço ao país e ao PS se saísse de cena, porque a credibilidade do primeiro-ministro desceu a um nível insuportável e indesejável para a democracia". E pediu ao PS para apresentar outro primeiro-ministro ao Presidente da República.

1 comentário:

Manuel Martins disse...

Uma vergonha que venha um banana destes beliscar o António Guterres, um homem superior que se retirou porque soube ler democraticamente os sinais da sociedade. Coisa que os políticos que andam por aí não fazem... Isto não é o seu PCP donde saiu no outro dia porque lhe cortaram as vazas ao considerarem-nos um ambicioso sem limites...