domingo, 10 de janeiro de 2010

A verdade é que podemos ter assistido, na passada sexta-feira, (ou termos tido notícia como é nosso caso), de uma das maiores fraudes de sempre desde o 25A. A cláusula da discriminação do casamento homosexual, impedindo-os de prestar à humanidade o serviço da adopção, ou seja lá como o quisermos classificar, é evidentemente inconstitucional, uma vez que a Constituição, actualmente, é muito clara sobre a não discriminação por causa da orientação sexual.
Acresce que esta aprovação, a da discriminação dos homo em relação à adopção, foi conseguida através da imposição da idiota disciplina de voto, que idiotiza e avilta não só quem a impõe como sobretudo quem a acata, não em favor do casamento homosexual constante do programa eleitoral do PS, mas da sua discriminação em relação à adopção.
Agora há uma coisa: tudo isto era, como é, muito claro. Sócrates e Assis sabem o que aqui dizemos tão bem como nós: o ponto que divide a proposta do governo do projecto do BE é inconstitucional. Se Cavaco mandar o diploma para o Tribunal Constitucional, como, seriamente, deve, ele será chumbado, e haverá quem diga, com fundamento, que tudo não passou de show off, de uma cortina de fumo. Sobretudo os gays. E o país que se manterá com mais este ponto de fricção, irrealização e ancestralidade ultramontana.
Claro que o Tribunal Constitucional dirá onde está a inconstitucionalidade. E o PR, ao devolver à AR, terá de apontar a cláusula a mudar. E então teremos finalmente a vitória de uma lei não discriminatória sobre a orientação sexual de cada português. quye corresponderá ao projecto do BE e não à proposta do governo de Sócrates.
Veremos também a cara dos que impuseram a disciplina de voto e dos pobres diabos e diabas que a aceitaram por mero carreirismo, impedindo o parlamento de aprovar uma lei constitucional. É o oportunismo de quem anda nestas coisas não por convicção mas porque não tem emprego mais remuneratório.
É também por isto, que os deputados deviam "vencer" apenas os "mínimos", ou vencerem exactamente o mesmo que na vida profissional, de forma a termos lá gente de convicção e não paus mandados ridículos que são a vergonha da democracia portuguesa e do país. (Pedro Baptista)

8 comentários:

GAVIÃO DOS MARES disse...

Quem haveria de ver o casamento, pequeno-burguês, ridículo mesmo, ser bandeira da esquerda. Mudam-se os tempos...

E qualquer dia os hetero em união de facto vão ser intimados a casar-se.

jesui disse...

Que fertil?...imaginação.

Anónimo disse...

Fascistas...empanturradores de Pasteis de Nata...

Pedro Aroso disse...

Nunca tinha pensado nisto, mas o Gavião doa Mares tem toda a razão. A defesa da instituição "casamento" foi sempre uma bandeira da Direita, dos católicos e dos conservadores, por isso confesso que também não entendo esta obsessão da Esquerda em relação ao casamento dos homossexuais. Na minha opinião, mais importante do que aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, seria legalizar as relações poligâmicas. Estou certo de que, em número, essa realidade ultrapassa largamente a das uniões homossexuais.

RENATOGOMESPEREIRA disse...

A esquerda capitalista e a direiota falida..eh!eh! è por isso que eu não sou de esquerda, nem de direita nem do cento sou socialista que é uma coisa diferente de ser mais à esquerda ou mais à direita ou balofo e alinhar sempre pela voz do guia...

AM disse...

Já que aqui estou....

O amigo Pedro Aroso, sabe tão bem quanto eu e tantos outros que o que estava em causa (e em causa continua) não é a instituição casamento (civil, claro, que o outro não vale nada) mas sim os valores LIBERDADE e IGUALDADE!!!

Para outros que não para si, convém esclarecer que o valor IGUALDADE tem a ver com direitos e deveres e não com quem fode com quem ou o quê, pois, entre adultos, isso é assunto que apenas aos próprios diz respeito.

Os Valores não são nem podem ser de "direita" ou de "esquerda" (se bem que um grande número de pessoas que se afirmam de "direita", distingue-se por uma imensa falta de Valores confundindo-os isso sim e em geral com as "taras" que apanharam na catequese e das quais, por falta de tino e de orientação nunca se conseguiram libertar).

Nunca me esquecerei de uma famosa discussão, à mesa do Piolho, sobre o facto de a "queima das fitas" ser ou não "fascista" com o argumento fantástico, aduzindo por uma "passionária" com borbulhas, que sim, pois "já se fazia antes do 25 de Abril".
Um outro amigo, mais terra a terra, só lhe respondeu que antes do 25 de Abril "já se fodia" e agora se continuava "a foder".

Claro que alguns "socialistas" terão saudades dos tempos em que em Portugal não havia "paneleiros" nem "fufas", nem muitas outras coisas más e perversas...

Mas havia respeitinho, isso sim...

Cumprimentos
António Moreira

Anónimo disse...

então andar ma catequese é ser de direita? então os amigos do Hamas e dos homens bomba são da estrema direita...

RENATOGOMESPEREIRA disse...

a questão do" casamento gay" não tem a ver com haver ou não antigamente fufas e paneleiros..sempre os houve...aqueles que foram aplicados alunos na catequese a que o AM (ou FM ?)sabem bem quem foi Lot, e a estátua de sal e o significado de Sodoma e Gomorra...

a questão fundamental é saber ..E TER A CERTEZA , que o instituto do casamento heterossexual - estruturalmente ligado á noção de familia no sentido da consanguineidade...onde distingue parentes afins de consanguineos e estabelece a hereditariedade em função dalinha directa ou colateral desses laços de sangue, não é beliscado com este atipico enxerto do casamento homossexual...
Trata-se pois de abalar os alicerces da familia...e claro a base de toda a estrutura de domínio...E de toda acivilização judaico-cristã...Não é coisa de somenos...por isso o medo de sufragar tal coisa...
Não está em causa a união conjugal de todos os e as "maricas" mas sim a sua equiparação FORÇADA a todos os não maricas...isto é amesma coisa que querer dizer a quem se chama João que a partir de agora também se chama José e Maria, não deixando de ser João, embora os josés e as marias não sejam Joões...