terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Mais 108 mil desempregados surgidos ao longo de 2009
Número de ocupados e indisponíveis inflacionam as contas para 571 280 sem trabalho efectivo
(JN) 18.1.10 Pedro Araújo
Mais 108 669 desempregados surgiram ao longo de 2009. O cenário é mais negro se somarmos os ocupados e os indisponíveis: o acréscimo sobe para 118 896. A taxa de colocações pelos centros de emprego cresceu 6,4%, mas o desemprego evoluiu 26,1%.
Tal como já era esperado, o ano transacto encerrou com um número de desempregados bem superior a meio milhão: 524 674. As políticas de emprego deverão ter contribuído para retirar temporiamente alguns portugueses da rubrica específica "desemprego registado". Analisando o número de "ocupados" com programas de formação, constata-se que o número cresceu 33,4%, para 31 479 candidatos a um posto de trabalho. Os indisponíveis por motivos de saúde são 15 127, mais 18,4% do que em Dezembro de 2008.
Contas feitas, os centros de emprego têm na realidade 571 280 candidatos sem trabalho efectivo. No final de 2008, a soma de desempregados "convencionais" com os ocupados e os indisponíveis era de 452 384. Dito de outra forma, os centros de emprego registavam no mês passado mais 118 896 portugueses sem trabalho do que em Dezembro de 2008.
A capacidade de resposta dos centros de emprego pode ser medida por múltiplos indicadores - o número de trabalhadores ocupados indicia, por exemplo, o esforço de formação com vista à melhoria das qualificações ou reconversão profissional -, mas um dos métodos consiste na análise das colocações, isto é, do número de ofertas de emprego satisfeitas com candidatos inscritos no IEFP. Somando os números nacionais (continente e ilhas) dos 12 meses de 2008 e 2009, constata-se uma evolução positiva de 6,4%. No ano passado, os centros de emprego foram capazes de colocar 63 104 dos seus candidatos a empregos, contra 59 260. Um acréscimo de eficiência que foi ultrapassado pelo aumento homólogo de 26,1% no desemprego registado e 26,2% se incluirmos os ocupados e os indisponíveis.
Olhando para a evolução mensal, o desemprego aumentou, mas o ritmo de evolução está claramente a desacelerar desde Setembro último. Quanto ao desemprego registado no final de Dezembro (stock acumulado de desempregados), o acréscimo face a Novembro é de apenas 0,2%. Mais simpática ainda é a análise não do stock mas sim do fluxo ao longo do mês de Dezembro: 47 865 desempregados, menos 1,5% relativamente ao mês homólogo e -21,8% em comparação com o fluxo do mês anterior.
Sem surpresa, o Norte encerrou o ano com 228 494 desempregos, representando 43,5% do país, enquanto que no final de 2008 a região apresentava 183 893 residentes sem trabalho (44,2%). No espaço de 12 meses, o Norte "ganhou" mais 44 601 desempregados.

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