sexta-feira, 20 de novembro de 2009

150 mil já nem procuram ou estão subempregados
(JN) 20.11.09 ALEXANDRA FIGUEIRA
Já desistiram de encontrar emprego ou estão a trabalhar só algumas horas, e não a fazer o horário normal da profissão. São assim 150 mil pessoas que os dados oficiais não consideram como desempregadas.
Se o fizessem, como há muito reclamam os sindicatos, seriam contadas 697 mil pessoas sem trabalho, em Portugal, e não as 548 mil dadas como desempregadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Só os chamados inactivos disponíveis são 83 mil em todo o país, 28 mil dos quais na Região Norte. Trata-se de pessoas que querem trabalhar, mas que não tomaram a iniciativa de procurar emprego no mês anterior ao inquérito do INE e que são classificadas o grande grupo dos inactivos, onde também se encontram estudantes, as donas de casa ou os reformados, entre outros.
Se se somar os inactivos disponíveis para trabalhar às pessoas dadas oficialmente como desempregadas, então a falta de trabalho afecta mais de 630 mil pessoas. E no Norte, são já 262 mil os desempregados e não os 227 mil anunciados. Isto faz com que quase metade das pessoas sem trabalho não tenha direito a subsídio de desemprego, ou porque não trabalharam tempo suficiente para isso ou porque o subsídio já acabou.
Além destes inactivos disponíveis, há um outro grupo que também não é contabilizado como desempregado, apesar de estas pessoas não serem trabalhadoras em pleno. É o caso de quem tem um horário inferior ao normal para a profissão em causa mas gostava de estar a tempo completo. O subemprego (termo oficial) atinge 67 mil pessoas, 12 mil a Norte.
É certo que a maneira como as entidades oficiais classificam das pessoas em nada ajuda a melhorar a sua vida, mas contribui para desenhar o quadro geral do mercado de trabalho no país. O Instituto de Estatística limita-se a seguir as regras definidas internacionalmente, mas essas regras, contestam sindicatos como a CGTP, não espelham a realidade. Eugénio Rosa, da central sindical, é uma das pessoas que fixa a taxa de desemprego nos 12,3%, e não nos 9,8% oficiais.
O certo é que ao longo deste ano o número de pessoas que diz querer trabalhar mas sem ir activamente à procura de emprego tem disparado - subiu 17%, somando já mais 11 mil do que no início deste ano. Já que no que respeita aos chamados subempregados, o seu número desceu substancialmente no início do ano, mas neste momento está ao mesmo nível do começo de 2009.
Depois de se ter mostrado surpreendida por o desemprego estar tão alto, a nova ministra do Trabalho veio ontem a público pedir a empresas e trabalhadores um "pacto para o emprego". Helena André disse que a recuperação da economia não tem impacto imediato na criação de emprego, pelo que se impõe "quer a intervenção das políticas públicas, quer a acção conjugada dos parceiros sociais e do Governo" para "salvar todos os empregos (...) que possam ser sustentáveis e desenvolver a empregabilidade e a protecção da mobilidade profissional".
Em resposta ao repto, as duas centrais sindicais vincaram a importância de tomar medidas de imediato. Tanto a UGT quanto a CGTP disseram, à Lusa, que a gravidade do desemprego exige urgência nas medidas, que devem ser concretas e ter prazos definidos para entrar no terreno.

1 comentário:

terramar e ar disse...

Não são as "novas oportunidades" que vão resolver o problema dodesemprego...Pois a maioria dos desempregados delonga duração até tem muitas habilitações sendo muitos licenciados e até com mestrados vários... Temos é que mudar e despedir quem insiste neste modelo estafado da formação profissional no iefp...que não leva a lado nenhum que não seja manter o 2taixo2 de uns quantos sendo nesse aspecto aunica medida positiva..para "eles"...
Há que deixar trabalhar quem quer e não forçar que alguém que queira montar uma engraxadoria no vão de uma escada para dar de comer aos filhos tenha que contratar um contabilista para lhe fazer acontabilidade, que lhe vai levar o lucro da parca actividade...