sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Carlos de Brito quer sete regiões contra a crise
Ex-presidente da Câmara do Porto lança esta noite livro que colige textos seus em defesa da regionalização
(Público) 23.10.09
Por um Portugal dividido politicamente em sete regiões, onde o "Governo central se preocupe com a pertença do país à Europa", o ex-presidente da Câmara do Porto Carlos de Brito lança hoje um livro intitulado Regionalização, uma questão de coragem, com prefácio de Leonor Beleza. A apresentação está a cargo de outro regionalista e ex-presidente da Câmara do Porto, Fernando Gomes, actualmente administrador da Galp.
Carlos de Brito, que, para além de ter presidido à autarquia na década de 80, foi governador civil do Porto e presidente da STCP, explicou, em antecipação à Lusa, que é defensor de uma regionalização "política", onde Portugal surja dividido em sete regiões - Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira - e considera que esta questão já não se resolve com referendos, mas sim com "um acordo parlamentar".
O autor do livro reuniu todos os es-critos que fez sobre a regionalização desde 1996 até este ano, lançando assim a discussão de um tema "com 30 anos" que considera "não pode fi-car sempre numa espécie de limbo como está". "Acho que esta é a altura certa para a regionalização que tenda fortemente para as regiões autónomas", reiterou Carlos de Brito, que denunciou o "amor ao formato" dos distritos existente no nosso país.
O autor do livro - que neste momento é o provedor do cliente da STCP - disse que "os Açores e a Madeira são um grande sucesso da política regional europeia", considerando que há em Portugal "uma assimetria" entre a parte continental e as ilhas. Apesar de ser um claro defensor da regionalização, Carlos de Brito contou à Lusa que no último referendo votou "não", considerando que o modelo proposto na altura "era um negócio de votos e de lugares". "Verifica-se que as regiões efectivamente não caminharam para a administração regional e mesmo a região do Norte que estava bem colocada, neste momento está nos últimos lugares de Portugal e da Europa", afirmou Carlos de Brito, que denunciou ainda que "há uma onda de decadência da cidade do Porto e da Região Norte".
"É a altura de nós respondermos àcrise com uma mudança, quer no formato, quer no próprio modelo de desenvolvimento que queremos", reiterou Carlos de Brito. Para o engenheiro civil, "o concelho do Porto está a definhar", sendo a "Universidade e o Futebol Clube do Porto" as únicas coisas que "restam". O lançamento da obra Regionalização, uma questão de coragem, das edições Rui Costa Pinto, está marcado para as 21h15, no Café Majestic, no Porto.

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