quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tontice é fingir que não importa
i Editorial de Martim Avillez Figueiredo, Publicado em 19 de Agosto de 2009
Um Presidente da República diz que o governo vigia a sua equipa. Que o governo o espia. O governo reage e diz que essa acusação é um disparate de Verão. Há aqui, nesta triste história, qualquer coisa muito estranha. Os dois órgãos de soberania mais solenes e responsáveis brincam com coisas sérias. Portugal não merece isto.
Primeiro: se é verdade que o governo ou membros deste escutaram ou vigiaram conversas de assessores de Cavaco, trata-se de um caso que os anglo-saxónicos não hesitariam em classificar como digno de impeachment. Clinton não se demitiu mas falou-se sobejamente na sua demissão por causa da mentira sobre Monica Lewinsky. Já Nixon caiu porque fazia escutas à oposição - lembra-se, Watergate? E há um par de meses, no Reino Unido, foi encontrado um email de um assessor político de Gordon Brown a comentar com colegas trabalhistas uma estratégia para expor os podres do líder da oposição, David Cameron - o assessor foi demitido pelo próprio Gordon Brown. O que se passou em Portugal até agora? Nada!
Segundo: se é mentira que o governo ou membros deste escutaram ou vigiaram conversas de assessores de Cavaco, trata-se de um caso? pois, que só pode levar a demissões no Palácio de Belém. Ou se demite o assessor que supostamente disse o que não se verifica ou se demite?
Terceiro: a um mês das eleições, Portugal, o tal país cuja economia parece aguentar-se no meio da crise, ao lado dos gigantes França e Alemanha, não merece o que lhe está a acontecer. Há um respeito que os políticos devem aos eleitores - e ao país que decidiram servir (ninguém os obrigou), que é pornograficamente violado com estas histórias. Torna-se quase indiferente saber onde está a verdade - é triste que o país não esteja em chamas como nos piores incêndios de Verão. Contra Sócrates, contra Cavaco, contra esta falta de vergonha que permite que os dois órgãos de soberania brinquem às democracias. Porque, se Cavaco sabe que é escutado, o melhor era nem falar no assunto: chamava Sócrates e demitia-o. Não existe alternativa. Se não sabe, então crucificava o seu assessor.
Quarto: só para ficar claro - é quase impossível que de Belém saiam declarações sem o conhecimento do presidente. Cavaco preza (e bem) o controlo das declarações das suas equipas. Ora isso significa que o seu assessor disse o que lhe foi dito que dissesse. Cavaco acredita mesmo que está a ser vigiado - e ficou dito o que deveria ter feito: demitir o primeiro-ministro e assumir as consequências. Usar os meios de comunicação social não é razoável em democracia.
Quinto, e último: o país está absolutamente adormecido se não faz destes acontecimentos assunto-chave da democracia nacional. Um órgão de soberania que (alegadamente) espia outros - ou um que efabula que é escutado - não é razoável num país moderno. A irresponsabilidade do Bloco de Esquerda, mais uma vez, veio ao de cima quando classificou este acontecimento como uma tontice. Tontice!? O que se está a passar não é admissível e é bom que alguém, rapidamente, esclareça se escutou ou inventou a escuta. Portugal não aguenta mais um escândalo sem culpados.

6 comentários:

Fernando Gomes disse...

Eu ainda não entendi esta baralhada toda.
O Pubico atira lama para a ventoinha com que intenção? Para obrigar Cavaco a falar e deixar dívidas como aconteceu com o BPN?
O PSD ven afiramr categoricamente que os assessores do Presidente não estão a colaborar no programa.
Mas o site de PSD na página de notícias é bem claro:
em título:"fERREIRA lEITE FAZ O PROGRAMA COM cATROGA E ASSESSORES DE BELÉM"
É um artigo do semanário, do dia 7 de Agosto, muito antes do Público.
Se isto é falso para que colocou o t´titulo no seu site.
Eu não percebo, mas pode ser que alguém me expliqe.
E o que ouvi hoje na entrevista à Judite de Sousa confirmam a baralhada em todos os campos. Falou uma hOra para nao dizer nada e fazer afirmaçoes muito graves.
E para terminar em microfone aberto a jornalistas disse "FOI GIRO..."

Anónimo disse...

O Primo da Marco, Policia de Giro, blabláetc, agora Fernando Gomes, não compreende porque tudo isto ultrapassa o seu cérebro de fanático Jeová.
O que pediram ao Assis para dizer hoje, foi o que que leram no editorial do i de ontem, que é o que está transcrito. Só assim se interpreta a intenção do dr. Baptista de o publicar.
P?or um lado são disparates, dis Sócrates, por outrop olado, são factos gravíssimos, na medida em que sobre eles o Cavacpo devia intervir. É pra rir o desespero das baratas tontas...

Fernando Gomes disse...

Ó senhor anónimo dispenso os seus comentários e as suas adivinhas e insultos.
Não me intimida com as suas parvoices e disparates de taberna.
Farei os comentários que entender com educação e elevação.
Os seus fantasmas tem de os vencer você. As suas preferências políticas não me interessam rigorosamene nada.
Bate a outra porta que daqui não leva mais nada.

M.Machado disse...

O que interessa, política: é este editorial que leva o Sócrates a pedir ao Assis para falar. E o que diz é o que está aqui. Só que logo a seguir é desautorizado pelo Almeida Santos e Pedro Silva Pereira que desvalorizam ou defendem o silêncio do presidente.Onde está a intriga política?

Anónimo disse...

O provocador de serviço(Zé da Silva, Primo do Marco, Policia de Giro, anónimo , anónimo, anónimo, agora chama-se Fernando Gomes) . É facil de identificar pela estupides de tudo o que dis, embora sempre que vem com um nome novo, venha com a bolinha baiza. Depois é que começa o trabalho de boicotar o blogue.

Micaela disse...

O que o tanso do Fernando Gomes (ex-primo do Marco, ex- zé da Silva, ex-anóninmo, etc) diz sobre a cena das espionagens é o que o Louça diz hoje, atacando Cavaco e Sócrates por estarejm a falar através de segundas linhas sobre assuntos de relevância nula. E ele que tanto odeia o BE. E tantos votos lhe dá com as suas tontices de pobre homem... Nada pior para um partido do que ser defendido por um tonto. Nós socialistas andamos a perder muitos votos precisamente por isso até porque a tontice anda ao mais alto nível ( que é bem baixo, como toda a política portuguesa.