domingo, 23 de agosto de 2009

(Público) Em Linha 23.08.2009 - 08h34 João Ramos de Almeida
Não há empregos. Procura-se e não se encontra. Para os jovens, sucedem-se os contratos a prazo que nunca se transformam em mais. Os adultos vivem entre um emprego barato e a reforma ainda longe. "Velho demais para trabalhar, mas novo demais para a reforma", repete-se aos desempregados com mais de 40 anos. A sensação de cair no desemprego começa a ser vivida por cada vez mais pessoas.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que o emprego está a retrair-se desde o terceiro trimestre de 2008, mas caiu a pique desde o início de 2009. E continua.
Num ano, perderam-se mais de 150 mil postos de trabalho. A destruição dos empregos atingiu sobretudo o trabalho por conta de outrem. Foram 105 mil postos destruídos. E destes, três quartos de quem não tinha contrato permanente. Nunca se tinha visto nada assim e atingiu sobretudo a agricultura, pescas e a indústria transformadora. Desde o segundo trimestre deste ano começou já a ferir o sector dos serviços.
O fim de um emprego não se transformou noutro. Foi o desemprego que começou a subir rapidamente. Desde Junho de 2008 que os centros de emprego começaram a senti-lo com uma entrada cada vez intensa de novos desempregados. Mas a verdadeira enchente surgiu a partir de Setembro passado, quando se desfez o efeito sazonal do emprego de Verão. Nos onze meses que se seguiram tem havido uma média mensal de 60 mil novos desempregados.

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