quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Debates televisivos entre todos os candidatos cada vez mais em risco de não acontecerem
(Público) 27.8.09 Sofia Rodrigues
RTP, SIC e TVI aguardavam ontem uma resposta final do PS e do PSD sobre a realização de debates televisivos entre os principais líderes partidários, a propósito das eleições legislativas, mas a expectativa de um entendimento era já muito baixa, tendo em conta a escassez de tempo para concretizar todos os duelos propostos.

Os responsáveis dos três canais desconheciam à hora do fecho desta edição qual a decisão a tomar, no caso de se manter o impasse entre os dois maiores partidos. A situação tem vindo a preocupar cada vez mais as televisões, que temem a redução dos sucessivos duelos apenas a um debate alargado aos cinco líderes parlamentares. A primeira proposta das televisões para a realização de debates seguiu para os todos os partidos com assento parlamentar há mais de 40 dias.
O PS só respondeu na semana passada: Sócrates estaria disponível para dois frente-a-frente com Ferreira Leite e um debate alargado a cinco líderes. O PSD veio manifestar disponibilidade para todos os debates, mas criticou a decisão de Sócrates de não querer duelos com os outros líderes.
Questionada sobre o assunto por Judite de Sousa, na Grande Entrevista, Ferreira Leite não impôs qualquer limite na sua participação em debates.
Mas, perante um impasse entre PS e PSD, as televisões voltaram a fazer uma proposta conjunta: dividiram os frente-a-frente em três blocos (um dos quais teria quatro debates), em que todos os líderes partidários estariam em confronto com os restantes. Os três grupos seriam sorteados entre as televisões, num modelo semelhante ao das eleições presidenciais e que acabou por agradar a todos.
A proposta seguiu para PS e PSD, já que os restantes partidos manifestaram disponibilidade total para este modelo. Perante o silêncio do "bloco central", as televisões apelaram a uma resposta urgente, sob pena de já não se rea-lizarem os debates pelo menos no modelo proposto. O PSD veio então a público dizer que havia disponibilidade da líder para participar em todos os debates, mas não numa repetição de alguns frente-a-frente.

Impasse nos programas
A situação tem suscitado críticas, sobretudo, por parte do CDS-PP e do Bloco de Esquerda. O líder do CDS voltou ontem à carga. "Quem não aceita fazer debates, em bom português, revela medo e com medo não vamos a lado nenhum. Eu aceito todos. Se há quem ache que pode vetar líderes, isso revela medo. Chamemos as coisas pelos nomes", afirmou Paulo Portas, no final de uma visita ao hospital e lar de idosos no Entroncamento. Para Portas, a solução é simples. "Visto que as televisões se entenderam para propor os debates sorteiem-nos. Quem aparecer aparece, quem desaparecer esquece", sugeriu.
O líder do BE, Francisco Louçã, acusa PS e PSD de não darem uma resposta por quererem fazer os debates. "Espero que até amanhã (ontem) venham com uma resposta para a democracia, porque é nos debates que se trocam opiniões", afirmou Louçã, num comício, na terça-feira à noite, em Monte Gordo, Algarve.
O receio das televisões em não conseguir calendarizar todos os debates propostos tem a ver com alguns constrangimentos de tempo: há várias transmissões de futebol previstas em horário nobre, o que risca esses dias como datas possíveis, e a obrigação de os frente-a-frente se realizarem até ao início da campanha, marcada para 12 de Setembro.(...)

2 comentários:

M. Araújo disse...

A minha opinião é de que não é nos debates televisivos, tal como têm sido feitos anteriormente, que se elucida as pessoas. É certo que serão sempre uma ferramenta democrática a não desprezar mas, a meu ver, não constituem por si só, a fonte sagrada onde as pessoas possam saciar a sede de perceber as política, os métodos a utilizar na sua aplicação prática, as possibilidades reais das mesmas se adequarem ao país e até mesmo poderem, após as retóricas, sim por que o que se diz em debates raramente foge aos ataques pessoais e ao destilar de velhos ódios, decidir o sentido do voto.
Assim creio não ser de suma importância debater, com a ligeireza habitual, assuntos que devem ter espaço suficiente para serem entendidos e perecidos por todos.
Aceitaria debates a dois, alternados, de forma que, com a possível clareza, se falasse do caminho ou caminhos a seguir nos próximos quatro anos.
As televisões têm de fazer um esforço de contribuição mais real para a democracia. O futebol tem a sua importância e o seu lugar no mundo mas não pode nem deve constituir impedimento ao debate e à informação sob pena de se metamorfosear de desporto em um poder absoluto que ninguém quer.

Anónimo disse...

Debatas a dois são uma vergonha a não ser que sejam com todos, dois a dois. Se o Ps ainfda tiver alguma moralidade política não pode aceitar debates só, ou principalmente, entre os dois do bloco central. Não há eleições para 1 Ministro, Há eleições para a AR donde podem sair maiorias diferente que podem dar oriegem a priumeiros ministros diferentes. esta é a verdade consitucional. O tresto é subversão fascistóide da nossa ordem democrática.
Cada um que pense pela sua cabeça, mas haver uma maioria de esuqwerda ou haver uma maioria de direita, o PS estar com uma maioria de direita ou de 4esquerda é totalmente diferente. N~
ao há voto util para o bloco central.
A única forma do PS seguir uma linha mioimamente de esquerda é haver uma forte votação
à sua esquerda.