sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Almeida Santos defende silêncio de Cavaco Silva
JOÃO PEDRO HENRIQUES (DN) 21.8.09
Há pelo menos um socialista que acha que o Presidente da República não tem nada que comentar as suspeitas que Belém lançou de estar sob vigilância do Governo. É presidente do partido e conselheiro de Estado e chama-se António Almeida Santos. A líder do PSD comentou o assunto dizendo que Portugal vive um ambiente de "asfixia democrática"
O presidente do PS e conselheiro de Estado Almeida Santos defendeu ao DN o silêncio do Presidente da República sobre as alega- das suspeitas de vigilância do PS e do Governo sobre os assesso- res de Belém. "O Presidente está em férias e, com certeza, não as vai interromper para falar sobre coisas sem fundamento", sublinhou aquele socialista. Almeida Santos, entende que não se devem lançar suspeitas sem dizer em que consistem. E na sua opinião tudo se explica porque em "período eleitoral tudo é expectável mesmo que não seja razoável".
O antigo presidente da Assembleia da República só consideraria uma intervenção de Cavaco Silva e do Procurador-Geral da República caso as suspeitas divulgadas fossem concretizadas. Se assim fosse, diz, "era um caso muito sério".
Outro conselheiro de Estado, o social-democrata António Capucho tem uma opinião diversa sobre a posição resguardada do chefe do Estado perante as notícias que vieram a público. Em declarações à Rádio Renascença, o presidente da Câmara de Cascais afirmou: "Se fosse um mero disparate de Verão, como diz o primeiro-ministro, certamente que Belém já tinha desmentido categoricamente ou já tinha dito alguma coisa a este respeito. Quem cala consente. Parece que alguma coisa de anormal se passou e é muito preocupante que haja quem - a mando não se sabe de quem - esteja a acompanhar as actividades de gente ligada à Casa Civil do Presidente da República". Marcelo Rebelo de Sousa, também membro do órgão consultivo do Presidente da República, não se quis pronunciar sobre esta polémica.
O PS e o Governo começaram ontem a desvalorizar o caso. O presidente do Governo regional dos Açores Carlos César considerou-o ontem uma "história ridícula" e até ironizou: "Os meus assessores também me têm dito que, desde a polémica do Estatuto dos Açores, acham que andam a ser perseguidos por uns indivíduos altos e espadaúdos, mas eu também não confirmo nem desminto". O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, recusou-se a alimentar "pura intriga política".
À direita, o líder do CDS, Paulo Portas, aconselhou José Sócrates e Cavaco Silva a falarem sobre o assunto "sem intermediários". (...)

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