quarta-feira, 17 de junho de 2009

Líder do PS-Porto admite demitir-se se perder mais de três câmaras no distrito
(Público)17.06.2009
O líder da federação do Porto do PS, Renato Sampaio, admitiu demitir-se, caso o partido perca, nas próximas eleições autárquicas, mais de três câmaras no distrito. "Demitir-me-ei a seguir às eleições autárquicas, se perder mais uma câmara que Narciso Miranda perdeu enquanto presidente da federação. Perdeu três câmaras emblemáticas e, se eu perder quatro no distrito do Porto, demitir-me-ei", sublinhou Sampaio no início da reunião da comissão política distrital de anteontem à noite.
O líder da federação socialista respondia assim a Pedro Baptista (candidato à federação que perdeu para Sampaio), que pediu a sua demissão face à derrota, nas europeias, do PS no distrito do Porto - a primeira em 18 anos. O líder da federação acrescentou que a derrota "foi colectiva" e que quem pede a sua demissão são aqueles que "não têm coragem de pedir a do secretário-geral do partido ou de todos os presidentes das concelhias que não foram capazes de vencer estas eleições".
A reunião foi convocada por Renato Sampaio para analisar os resultados das eleições europeias, nas quais "o PS perdeu claramente". O líder da federação considera que "o Governo governou bem, fê-lo em nome de Portugal e não preocupado com eleições", sendo agora momento de "assumir os resultados eleitorais e perspectivar o futuro no sentido de voltar a ganhar o eleitorado que confiou no PS em 2005". Nesse sentido, "é preciso ir para o terreno explicar as medidas" aplicadas pelo Governo, tendo em linha de conta que "não foi só o Executivo que não soube fazê-lo". "A comunicação social também não foi capaz", salientou. Quanto ao TGV, Renato Sampaio defende que é "uma obra fundamental para o desenvolvimento do país". "É impensável que Portugal seja um país periférico e fique de fora da rede de alta velocidade", afirmou, lembrando que "o que este Governo está a fazer é honrar um compromisso assumido por Durão Barroso, o qual Manuela Ferreira Leite subscreveu mas que agora põe em causa".
À Lusa Pedro Baptista, que exigiu a convocação da reunião, referiu que "houve um terramoto eleitoral" e que agora "é preciso mudar de atitude, de rostos e de imagem", mas que essa mudança "não seja apenas de cosmética". Dos rostos a mudar, destacou a ministra da Educação, por "não ser possível continuar com uma política de reforma do ensino feita tendo como inimigo os professores, que são os principais agentes". "A obstinação da equipa da Educação - não só da ministra mas também dos adjuntos - foi um suicídio político, não beneficiou em nada o país e levou a um péssimo ambiente nas escolas que se repercute no mau aproveitamento", declarou.
Baptista acusou ainda José Sócrates de ser "obstinado" e disse que essa "firmeza" levou a que "não houvesse uma renovação governativa", verificando-se um "certo isolamento face a sectores muito significativos da opinião pública" que penalizaram o PS e "foram para o BE".

9 comentários:

Anónimo disse...

O que é a imagem? O suicidio das baleias? Está boa

Vai de Vela disse...

Demite-se se perder mais 3 camaras? É a "AMBIÇÃO DE VENCER" nome da sua moção apreentada ao Congresso!Com papas e bôlos se enganam os tôlos.

José Silva disse...

Se perder mais de 3 Camaras o PS desaparece no distrito do Porto.
E com ele o clan que domina o artido no Porto.

Frederico Bessa Cardoso disse...

Sou um jovem militante Socialista e há coisas que não consigo compreender. O PS, em termos autárquicos, no distrito do Porto encontra-se numa posição residual -pelo menos eu assim o entendo. Em 18 municípios obteve, nas últimas autárquicas, em 2005, 6 vitórias, ficando assim apenas à frente de 1/3 das autarquias do distrito. No entanto, o Presidente da Distrital do PS-Porto ainda admite que poderá perder mais 3 municípios sem que isso belisque o seu posto. Ou seja, admite que se o contingente autárquico do Partido Socialista ficar reduzido a metade do actual, portanto a 3 municípios em 18, não haverá motivos para se preocupar e desocupar o cargo. Provavelmente, o líder da distrital não deve considerar o actual espectro como suficientemente mau, para ainda admitir um cenário que seria dantesco em termos de resultados eleitorais. Parece-me inadmissível e um tremendo disparate no que concerne à estratégia política! Será apenas mais um dirão alguns…e com razão!
O Partido Socialista tem de ir para eleições para ganhar, para vencer e para chegar mais longe. Não pode, de modo algum, logo no arranque, estar a nivelar por baixo os seus objectivos e a socorrer-se do “damage control”. Não podemos tomar a mesma atitude da CDU que, independentemente dos resultados eleitorais de cada eleição, já todos sabemos que as declarações dos seus responsáveis na noite das eleições serão sempre de vitória. Há alguns resultados que consubstanciam, efectivamente, derrotas e que têm de ser assumidos por quem dirige.
Algo vai mal no “reino” da distrital portuense quando já se avança um cenário para uma eventual demissão. Porém, essa demissão, a ocorrer e nas condições que foram colocadas para surgir, apenas será o assumir do estado moribundo a que o Partido Socialista foi conduzido nas autarquias - e não só - no distrito do Porto
A tão preconizada “ambição para vencer” afinal resume-se a perder por muitos, por demasiado, mas sem ser aniquilado.
Há que citar aqui Renato Sampaio, em entrevista dada ao site da sua candidatura em 2008: «No Distrito do Porto temos a ambição de contribuir para a vitória socialista nas Eleições Europeias, para a renovação da maioria absoluta nas Legislativas e para voltar a fazer do nosso partido a força dominante no poder local, com um grande número de vitórias nas Eleições Autárquicas no Distrito.», (disponível no link http://www.renatosampaio.net/index.php?id=17,60,0,0,1,0) . Tirem as vossas conclusões, eu já retirei as minhas no meio da incongruência que por ai pulula.

(Peço desculpa ao meu caro Pedro Baptista se me excedi no tamanho do comentário)

Pedro Baptista disse...

Não se excedeu meu caro Frederico. O seu comentário é pertinentíssimo. A declaração do Presidente da Federação é de tal forma disparatada, sobretudo para quem se apresentou com a Moção "Ambição de vencer", que teve de necessidade de dizer para o JN de hoje que estava a brincar com o Narciso. Ou seja temos à frente do Partido um brincalhão a falar para as agências noticiosas sobre os problemas de ganhar ou perder, de se demitir ou não. Um "rigolo" como dizem os franceses.
Intervenha sempre que puder. É uma pena, o Dr. Frederico não estar na Comissão Política...

Miguel Castro disse...

Antes do mais, bem-vindo ao debate caro Frederico! :)

O Presidente da Distrital quis provocar Narciso Miranda, lembrando a derrota que aquele terá sofrido quando ocupava o seu cargo na Federação. A questão é: trata-se de uma brincadeira porque Renato Sampaio está disposto a tirar as devidas ilações de um mau resultado eleitoral, ainda que com perdas inferiores às que refere ou porque independentemente do que decida o povo, essa hipótese está fora de questão? A primeira demonstra sensatez, a segunda, apego ao poder. Façam as vossas apostas, eu já fiz o meu "all-in"!

José Silva disse...

Digam-me lá que eu não estou bem informado.
O Renato não esteve no secretariado com o Narciso?
Não esteve com o Assis?
A derrota autárquica pode ser fatal ara o PS. O Renato pouco me importa.
Baião, Amarante, Santo Tirso, Matosinhos, Lousada e Vila do Conde.
Estará seguro um bom resultado em Lousada e Vila do Conde.
Baião, Santo Tirso e Amarante não são favas contadas.
Mas se em 18 camaras ficarmos com 3 o culpado é o Narciso?

Primo de Amarante disse...

É espantoso!...No que se tornou o sentido da liderança: Renato demite-se, se perder três câmaras. Não é se não ganhar!...

Reparem que a sua ambição é olhar pelo rectrovisor e não em frente.

Expliquem-lhe o que significa liderança!

José Silva disse...

E ele perceberá o que se lhe explicar?