domingo, 17 de maio de 2009

"Estou na cidade com os dois pés, mas não trato o Porto com os pés"
(Público)17.05.2009, Patrícia Carvalho
Os cartazes de campanha de Rui Rio ainda não estão na rua, mas já serviram para que Elisa Ferreira, candidata independente à presidência da Câmara do Porto, apoiada pelo PS, os usasse como arma de crítica à política do autarca eleito, e de novo candidato pela coligação PSD/CDS-PP. Na inauguração da sede de campanha, propositadamente, junto ao Mercado do Bolhão, Elisa Ferreira pediu o empenho de todos e disse acreditar "profundamente na vitória".
Houve música, flores e fruta "compradas no Bolhão" para oferecer às dezenas de pessoas que abarrotaram a nova sede de campanha de Elisa Ferreira. Não faltaram ministros (o da Cultura, José António Pinto Ribeiro, e o das Finanças, Teixeira dos Santos), não faltou Rosa Mota, os presidentes da concelhia e da distrital do PS, Orlando Soares Gaspar e Renato Sampaio, não faltou Rosa Teixeira, mais conhecida por Rosa do Aleixo, e que até já apoiou Rio, quando ele prometeu não demolir o bairro, e não faltaram muitos anónimos.
Elisa Ferreira esteve sorridente e, sem nunca se referir em concreto ao primeiro cartaz de campanha de Rui Rio, ontem divulgado pelo Jornal de Notícias e o Expresso, e onde se pode ler o slogan "Com os dois pés no Porto", não se cansou de usar a expressão para criticar o autarca. "Estou na cidade com os dois pés, mas não trato a cidade com os pés", disse Elisa Ferreira, continuando: "Estou na cidade com os dois pés, mas, sobretudo, com a cabeça. Não estou com os pés aqui e a cabeça noutro lado.
"Reagindo às críticas de que foi alvo, na semana passada, por parte do cabeça-de-lista do PSD às eleições europeias, Paulo Rangel (que criticou o facto de Elisa Ferreira ter dito que só ia ao Parlamento Europeu "assinar o nome", já que o seu desejo era ir para o Porto), a candidata ironizou: "Estamos no caminho certo, e sei isto porque se sente o nervosismo crescer. Os ataques são permanentes e nem vêm do nível local, mas de uma espécie de protector do presidente da câmara. O líder da bancada [PSD] e cabeça-de-lista [às europeias] vem dar uma mãozinha ao amigo do Porto para o defender. Ele não se consegue defender sozinho, mas eu sou mulher para aguentar tudo isso.
"Pinto Ribeiro apresentou Elisa Ferreira como "o renascimento do Porto", dizendo que é nela "que repousa a grande esperança" da cidade de "liderar uma região e uma regionalização, mesmo antes de esta estar feita".
A ainda eurodeputada preferiu dizer que ao Porto "falta uma estratégia integrada", que o importante "são as pessoas e não as pedras" e que a cidade "tem que mudar". "Mais quatro anos disto e temos uma cidade de esqueletos", disse. O exemplo preferido de Elisa Ferreira foi o Mercado do Bolhão, ao lado da sua sede de candidatura, numa escolha que garantiu ser propositada.
Agradecendo ao ministro da Cultura ter "segurado o Bolhão", disse: "Ao fim de oito anos [Rio] deixa-nos um mercado ao abandono. É simbólico, mas diz muito. É um modo de estar. Por isso, digo que a cidade é tratada com os pés."

20 comentários:

Anónimo disse...

A candidata vai a reboque do Rio...

Anónimo disse...

Voltamos ao mesmo, o PS não tem candidatura á camara do Porto? Quem e que estava na inauguração do cubiculo? Os independentes? Qué deles? Sem o PS Elisa nao existe. mas quem é o PS? É o orlando filho que só quer um lugar para ser o primeiro vererador de oposição? Ou o Orlando pai que só quer o lugar do filho? E tudo para que? Para muitos projectos com esquemas escuros e negociaçoes com o Rio.
O orlando é o culpado da situação mais o renato mas o orlando e tanto como o renato. O orlando joga para perder, quer uma cabeça de olista que desapareça depressa. A Elisa e quem lhe convem.

Micaela disse...

Mais uma vez nem uma ideia da candidata! Só treta.Ninguem convence os portuenses com sorrisos e risos. O ataque do Rio sobre um pé ca e outro la é terrivel.Tava-se a ver mesmo um cego

Manuel Silva disse...

SE...a culpa não é da Dra.Elisa Ferreira...


Excelente Politica(independente)Excelente Técnica(sempre foi)Excelente(mediadora)e...foi uma Excelente Ministra.

O Porto precisa da ELISA...

Primo de Amarante disse...

Disse hoje a candidata, durante a corrida das mulheres contra o cancro na mama: "Eu sou boa é a correr para acâmara!"

Já não sei o que dizer sobre a senhora. Mas lá que não é para levar a sério, não é!...

Podia-se lembrar do ditado "elogio em causa própria é vitupério", mas nem isto lhe ocorre.
Talvez, por isso, o seu doutoramento esteve para não ser reconhecido!

José Silva disse...

O Primo de Amarante está sempre no boata-a-baixo.Será que os maus estão todos no PS e com o PS?
Até já o doutoramento que não esteve para ser reconhecido.
Se fosse o Dr. Rangel a dizer isto ainda vá que não vá.
Então a senhora só e má porque se candidata pelo PS?
Não haverá nada de positivo?
Onde estão os bons?

Sérgio disse...

Mas ela candidatasse pelo PS?

José Silva disse...

O senhor Sérgio veio de Marrocos de certeza.
É pelo PS e não é a 1ª. vez.
Querem fazer o mesmo que fizeram ao falecido Rosado Correia e ao Francisco Assis e atirar outra vez a Camara ao Rio?
Qual foi a obra marcante que a coligação PSD/CDS/PCP e PSD/CDS fizeram?
Andam a dormir na forma ou sã infiltrados neste BLOG?

Manuel Alves disse...

A candidata não vai tomar posição sobre a questão da Sé? Se o PS tentar adormecer o assunto como está a fazer o Rio não vai perder a oportunidade de aproveitar na devida altura, como está a fazer agora com a candidatura dupla.

Primo de Amarante disse...

A crítica (e não o bota-abaixo) é o exercício mais nobre da cidadania, pois é o ácido que corrói o erro. E a disposição para corrigir erros é a maior virtude da política.
Os políticos (porque devem dedicar-se à causa pública e não ao seu prestígio pessoal) deveriam agradecer que lhes façamos muitas críticas, pois, ouvindo-as, têm a possibilidade de evitar erros com consequências perversas para o interesse comum e para a credibilidade dos valores em nome dos quais se tornaram políticos e se candidatam a cargos.
Faço sobretudo criticas aos políticos que se situam no meu horizonte ideológico, pois são estes que deixam ficar mal os valores em que acredito.
Os outros, os de direita, fazem o que não me escandaliza, pois nunca neles acreditei
Percebeu, camarada?!...

José Silva disse...

O outro também disse:
Vieram e levaram um comunista. Não me importei porque não era comunista;
Vieram e levaram um judeu. Não me importei porque não sou judeu;
Vieram e levaram um cidadão, chefe de família, só porque se dizia de esquerda. Eu não me importei pois até sou de direita.
Vieram .........................
É preciso olhar para os dois lados.
E a direita que temos em Portugal ainda está muito presa ao fascismo e anseia por uma Democracia Musculada.
Só falar mal dos da nossa área é muito mau e há locais próprios para o fazer.
O que se deve é lutar para não continuem a azer asneiras à sombra do chapéu do Centrismo.Sejamos exigentes, mas devemos estar muito preocupados com casos como o BCP, BPP, BPN, PORTUCALE, SUBMARINOS, OPUS DEI, MAÇONARIAS, FURACÃO, SUBMARINOS e por aí adiane.

José Silva disse...

Desculpa lá ó Primo de Amarante, mas a crítica é sempre bem vinda.
Mas chamar aqui o caso do doutoramento que quase não foi, é um tiro no pé.

Primo de Amarante disse...

A sua referência a Bertolt Brecht está descontextualizada.

O nazismo só foi possível, porque na esquerda social democrata do tempo não havia quem colocasse em questão a sua prática colaboracionista.

A primeira causa do nazismo e do fascismo residiu na falta de credibilidade da esquerda. Nunca esquecer!!!!

Foi a corrupção na esquerda, a ausência de firmeza ideológica, a falta de sentido de Estado, o esvaziamento dos valores, os jogos de simulação, o colaboracionismo e o taticismo que abriram, em todos os tempos, as portas do inferno.

Esquecemo-nos muitas vezes que a força da esquerda reside na sua credibilidade e não nos jogos de poder.

Depois, os problemas partidários não são problemas privados.

Os partidos criam expectativas na sociedade e a sua razão de ser é propor projectos de organização da sociedade, o que implica que internamente devam ser um espelho do que publicamente são capazes de praticar.

Devem, por isso, testemunhar pela vida interna o que querem. Já diziam os latinos: “não basta à mulher de César ser séria: é preciso que também pareça!”

Além disso, hoje nada se transforma sem a força da opinião pública e os partidos já demonstraram que são incapazes de se reformarem por dentro. O código de honra que pretendem desenvolver, fazendo crer que há locais próprios (o interior dos partidos) para fazer criticas é, por alguma razão, semelhante aos “códigos de honra” das organizações secretas, como as máfias.

Nas sociedades abertas, não se faz das instituições públicas organizações privadas. E essa também é uma razão que torna os partidos reconhecidos pelos Estados democráticos e se pede aos contribuintes que “sustentem” uma parte da sua vida. E isso dá-lhes o direito de perguntarem: então, como é?!...

A propósito, o livro”sociedade aberta e os seus inimigos”proporciona uma boa reflexão sobre este tema “dos locais próprios”.

Gosto deste debate e agradeço-lhe proporcioná-lo.

Um abraço

Primo de Amarante disse...

Esqueci-me da sua crítica.

A referência ao doutoramento de Elisa Ferreira serviu de exemplo para caracterizar um estilo. Podia não ser usado e até concordo com o ser desnecessário.

Mas também é preciso criticar o esvaziamento da credibilidade das competências com diplomas que, cada vez mais, nada dizem. É que esse esvaziamento só prejudica os melhores, pois ficam misturados com a balbúrdia. Devemos defender o mérito e não o oportunismo ou a lábia.

Ele é um valor que deve ser reconhecido e o nivelamento por baixo não o dignifica.

José Silva disse...

cOMO EU GOSTO DO SEU COMENTÁRIO. aSSIM O pRIMO DE aMARANTE CONTRIBUI PARA UMA DISCUSSÃO ABERTA E SÉRIA.
Mas vamos continuar e digo-lhe porque já vi que homem das filosofias e bem formado, apresento-lhe logo algumas passagens de um livro actual "A NOVA ESQUERDA" E COMO POR VEZES OS REACCIONÁRIOS SE APROVEITAM DOS DESLIZES DA ESQUERDA DEMOCRÁTICA para a eliminar.
Vamos falar do fascismo e do nazismo e como ele avançou na Europa.
Estou curioso para ler os seus comentários. Mais do que falar de alguns políticos qe nos são próxims e qe nos envergonham é melhor deixarmos alguns pensamentos para reflexão e para que alguns equívocos enganos náo subsistam. Homem revenidao vale por dois. Andamos a ser enganado com a globalização há 25 anos. Temos de questionar globalização de quê e como?
Gostei muito do seu texto e talvez fosse de propor ao Pedro Baptista uma discussao aberta sobre o tema pois ele é hmem que sabe e muito

Primo de Amarante disse...

Olhe que eu não tenho muito tempo, nem sou um "espert".

Procuro mastigar as questões para não dizer só o que me vem à cabeça.

A globalização é, hoje, um tema importante. Nela enraíza a crise que estamos a viver e que teve origem na desregulamentação neoliberal do mercado financeiro, como sabe.

Mas essa crise tem de ser olhada sob o ponto de vista holístico: há uma influência do local no global, como o global no local.

Sócrates só fala da crise global, mas ela não justifica a perda crescente de indicadores de desenvolvimento que estamos a ter em relação aos países que nos acompanha na Europa. Nem a desregulamentação é só um pecado da globalização: é também das políticas neoliberais, a nível local, que temos tido.

Privilegiou-se os interesses dos que economicamente são mais fortes e com isso permitiu-se uma espécie de darwinismo social que fez com que a soberba dos ricos os tornasse mais ricos à custa do empobrecimento da classe média.

O factor de diferenciação na globalização é o conhecimento e, entre nós, o ensino é péssimo, a justiça não funciona, etc.

Está aqui um tema de possível debate. Mas nunca esquecer que são homens concretos que determinam as políticas económicas, financeiras, de educação, de justiça, etc. E esses homens estão à nossa frente, não são uma abstracção.

Vou, agora, trabalhar noutras questões.

Um abraço

Anónimo disse...

Pegando nas palavras do Manuel Alves, sem dúvida que é ainda mais grave ter um candidato autárquico já acusado de 3 crimes pelo MP do que ter uma candidata a fazer jogo duplo. O PSD está mesmo à espera que confirmem lá o outro como candidato para partir a loiça toda. Posição do PS ou de Elisa? Nenhuma! E pelo que ouvi dizer, nesse caso, o pior ainda está para vir. Cada cabeça sua sentença!

José Silva disse...

Como eu também trabalho tempo ascaceia.
Paciência!
Pode ser que noutra altura se possa falar um pouco da globalização, da revolução industrial, deste capitalismo e deste socialismo,da falta de líderes europeus e de socialistas como Olaf Palm, Marx, Bernstein, Owen, Fourier, Saint-Simon e outros.
Porque falhou socialismo?
Para que serve a Internacional Socialista?
Os partidos políticos e as suas clientelas?
Os profissionais da política sem que se lhes conheça qualquer profissão ou qualificação
Como se poderia reflectir sobre tantos assuntos, já que os artidos não fazem, nem deixam fazer.
Analisar as teses de Hayek e os seus seguidore neoliberais como Henry Simon e Milton Friedman. Os combatentes desta globalização selvagem como Stiglitz, Dominique Strauss, Paul Krugman e outrs.
O consenso de Washington e as teses do senhor Reagan e senhora Teacher.
Os socialistas,trabalhistas, socialistas e sociais-democratas que se venderam ao neoliberalismo.
A fata de ideologia d PSD que começou como Popular com a ala lberal da União Nacional e quiz ser social-democrata sem ideologia.
O comunismo da URSS e o seu falhanço.
Enfim, tanta coisa se pdia dizer para brigar a uma reflezão e analisar as origens e consequências desta CRISE.
Cá voltarei se o tempo o permitir.
Cumprimentos ao Primo de Amarante.

Anónimo disse...

Uma campanha pedológica. Esperemos que não feda, se é que já não fede.

Genius seculi disse...

Bem feitas as contas e atendendo ao que dizem, é mais candidato do PS o Narciso que não é, do que a Elisa que é. Então como é?