quinta-feira, 9 de abril de 2009

Guilherme Pinto recorre ao Constitucional por não reconhecer competência à CNE
Quem diria que isto seria possível em Matosinhos, 33 anos depois de Abril?(PB)
09.04.2009, Aníbal Rodrigues
Presidente da câmara diz que a comissão não tem competência para se pronunciar sobre propaganda política fora de períodos eleitorais e cita acórdão sobre o assunto pedido por Rio
O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, defende que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) não tem competência para, fora dos períodos eleitorais, dirimir matérias que envolvam propaganda política. Por isso, vai pedir ao Tribunal Constitucional (TC) que esclareça se a CNE tem ou não essa competência e, para além disso, quais os limites para a colocação de propaganda política no concelho. No entanto, o socialista não duvida de que o TC lhe irá dar razão no que diz respeito à impossibilidade de a CNE se pronunciar fora dos períodos eleitorais. Para defender este ponto de vista, citou o acórdão n.º 312/2008 do TC, cuja conclusão aponta nesse sentido. Este acórdão foi suscitado pela Câmara do Porto, liderada pelo social-democrata Rui Rio, na sequência de uma queixa da CDU à CNE.
Guilherme Pinto vai enviar o caso ao TC, mas avançou ontem que não quer "alimentar polémicas que desviam do essencial, que é o debate político". Nesse sentido, garantiu que não vai retirar mais nenhum painel de propaganda política. Quanto àqueles que foram levados pela câmara, o autarca respondeu que os seus proprietários podem ir buscá-los aos serviços municipais, mas não será a autarquia a repô-los. Ou seja, no caso da Associação Narciso Miranda Matosinhos Sempre, Guilherme Pinto incorre num crime de desobediência, uma vez que foi notificado pela CNE, anteontem, para que procedesse à reposição da propaganda desta associação num prazo de 48 horas. O que não preocupa o presidente, que, quanto a este risco, repetiu que, a seu ver, a CNE não tem competência para se pronunciar sobre matéria de propaganda por estes dias. O presidente da Câmara de Matosinhos voltou a insistir que a autarquia criou espaços específicos para a colocação de cartazes políticos e garantiu que a polémica dos últimos dias não teria acontecido se os partidos e associações tivessem combinado previamente com a autarquia - como preconizou - quais os locais em que iriam colocar propaganda. Guilherme Pinto acredita também que os matosinhenses vão compreender que a câmara tentou evitar a ocupação desordenada de espaços públicos com painéis de ordem política.
Antes das declarações de Guilherme Pinto, o candidato independente Narciso Miranda convocara mais uma conferência de imprensa, onde acusou o actual presidente de "grande inexperiência" e de "euforia e deslumbramento do poder". O antigo presidente da Câmara de Matosinhos desafiou o seu partido, o PS, "a nível distrital e nacional, para que se pronunciem quanto a isto". E questionou: "Será que o PS vai mandar retirar os cartazes dos seus candidatos que colocou no Porto e em Gaia?" Narciso Miranda considera imprescindível que os responsáveis socialistas "esclareçam estes equívocos". Já quanto ao facto de Guilherme Pinto ter criticado as candidaturas adversárias por estas disporem de muito dinheiro para a campanha autárquica que se avizinha, Narciso Miranda avisou que se trata de "um ataque que fez ricochete" e atingiu os candidatos do PS às Câmaras do Porto e de Gaia. Narciso referiu que a candidatura de Elisa Ferreira ao Porto dispõe de "centenas de cartazes", acrescentando que é a que mais cartazes apresenta a nível nacional.
Ainda durante a manhã de ontem, foi a vez da concelhia do PSD de Matosinhos, por intermédio da presidente Clarisse Sousa, lançar um ultimato: vai apresentar uma queixa-crime no Tribunal de Matosinhos se a autarquia não recolocar sete estruturas que retirou deste partido (a social-democrata chamou-lhe "furto").

8 comentários:

Primo de Amarante disse...

O socialismo é um conceito que incorpora valores, como a liberdade, a justiça social, a honra e o respeito pela diferença. Contra estes valores há predadores perigosos: autarcas e lideres partidários que se aproveitam da crença nesses valores e ideais para “chuparem o sangue da manada”, como diz Zeca Afonso nos “Vampiros”.

Se tivesse mil votos eram mil votos que iriam contra os predadores que nos envergonham por se acharem acima dos partidos que representam os ideais em que acreditamos.

Anónimo disse...

O Guilherminho está a sentir o chão a fugir. Daqui para a frente vai ser pior. Não tarda, vai mostrar o que é. Cá para mim ainda vai na lista de deputados também.

Anónimo disse...

Já fugiu..é só asneiras do Pinto

Unknown disse...

Não percebo qual a admiração pela retirada dos cartazes!Ó seus néscios(!) há cartazes "bons" e cartazes "maus"! Assim como os candidatos às próximas autárquicas.
Quem "escolhe" são as estruturas. Se o candidato for bom,(sem coluna vertebral)a distrital aceita, caso contrário o presidente da federação avoca.Esperem para ver o que vai acontecer com o candidato a presidente da J. F. da Sª da Hora.

Vai de vela disse...

Não me digas que vai dar mais uma candidatura independente com o PS a ir ao ar também na senhora da Hora?

Anónimo disse...

Se é que a S. dfa Hora não vai para o PSD... E mesmo em Matosinhos não é certo se o PS fica em 2º ou em 3º

Anónimo disse...

Gostava de saber porque é que neste blog ningúem pergunta como é que o projecto da marginal de Leça foi entregue ao arquitecto Orlando Soares Gaspar que aliás já mama na APDL mais o filho do Renato Samnpaio. Só falam contra um lado, mas em relação a outros ninguem houve nada.

Unknown disse...

Meu caro Anónimo; quando souber quem está a questionar sobre o blogue, e os comentários que aqui são feitos. Pela minha parte terei todo o gosto em responder.