terça-feira, 14 de abril de 2009

Apenas 200 trabalhadores da Qimonda ficam a trabalhar
(Público) 14.04.2009 - 09h04 Vítor Costa
Os trabalhadores que irão ficar na empresa irão tratar da manutenção do equipamento e tentar encontrar soluções para salvar a antiga maior exportadora nacional
A Qimonda Portugal revelou hoje que irá prescindir de cerca de 300 trabalhadores, na sua maioria com contratos a prazo, e que irá suspender durante seis meses os contratos de trabalho de cerca de 800 funcionários, mantendo apenas no activo 200 trabalhadores.
Num comunicado enviado aos órgãos de informação, sublinha-se que a empresa de Vila do Conde ainda está a tentar encontrar uma solução para a grave crise que atravessa e que está ciente das consequências sociais que estas medidas irão ter.
“Na sequência da declaração de insolvência da Qimonda AG, na Alemanha, e consequente paragem da produção da fábrica de Dresden, tornou-se inevitável que também a Qimonda Portugal se apresentasse à insolvência”, começa por explicar a empresa no seu comunicado, adiantando que “são do conhecimento geral os esforços extraordinários desenvolvidos pelo Administrador de Insolvência na Alemanha, pela administração da Qimonda Portugal e pelo Governo Português para viabilizar uma solução que permita a sobrevivência da empresa e, com ela, a do maior número de postos de trabalho”. No entanto, e “infelizmente, não foi ainda possível, ao longo dos últimos meses, encontrar um investidor e estruturar um projecto alternativo que possa ser assumido como uma solução suficientemente sustentada”, sublinha a empresa.
Face a esta situação, a administração da Qimonda Portugal, em conjunto com o administrador de insolvência em Portugal, comunicou hoje quais as medidas que considera necessárias para manter em aberto “a possibilidade da unidade de Vila do Conde vir a integrar uma futura solução para o grupo Qimonda:

ajustamento do efectivo de trabalhadores para cerca de 1000 por cessação de contratos de trabalho, o que afectará, principalmente, trabalhadores com contratos a termo;

manutenção em funções de uma equipa de cerca de 200 pessoas, que manterá a operacionalidade da empresa e trabalhará na procura de soluções de continuidade do negócio;

suspensão, durante seis meses, dos contratos de trabalho dos restantes 800 trabalhadores, que se considera vir a ser necessários numa solução de viabilização da empresa”.

Ou seja, na prática haverá rescisões com 300 funcionários e a suspensão de trabalho para outros 800, mantendo-se apenas em funções 200 trabalhadores.
Os responsáveis da empresa de Vila do Conde sublinham que, face às medidas tomadas, estão conscientes “das implicações sociais” e que, nesse sentido, “serão evitadas, dentro do possível, as cessações de contrato que afectem, por exemplo, os dois cônjuges, ou famílias mono-parentais com filhos a cargo, entre outras situações”.
Por fim, a Qimonda Portugal sublinha que “continua a trabalhar com o objectivo da manutenção do maior número de empregos possível na unidade de Vila do Conde” e que, nesse sentido, “continuarão a ser desenvolvidos todos os esforços para garantir, no futuro, a viabilidade económica da empresa”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Conclusão: um fiasco total das iniciativas governamentais e presidenciais!