quarta-feira, 11 de março de 2009

João Cravinho: "O grande combate de Alegre são as presidenciais"
(Público) Em Linha 11.03.2009 - 11h52
O ex-deputado João Cravinho considerou hoje em entrevista à Rádio Renascença que o grande combate que Manuel Alegre tem pela frente são as Presidenciais e que “Alegre tem de lançar e cultivar” essa “grande convergência de esquerda”.Cravinho afirmou, no seu espaço na Rádio Renascença, que “Manuel Alegre se posiciona no sentido de dizer que o grande combate que tem pela frente serão as presidenciais, com a ambição de unir toda a esquerda”.
De acordo com o ex-deputado socialista, “Alegre tem de partir, não pode dizer que está tudo interessadíssimo nessa grande convergência de esquerda”, uma vez que em seu entender “a realidade é simples.
A última coisa que as direcções políticas do PS, PCP e BE querem é uma grande dinâmica popular encabeçada por Alegre”, avança, em declarações à Rádio Renascença.“A surgir de facto essa grande movimentação”, acrescentou, Alegre “tem de a lançar, ele tem de a cultivar” obrigando então as direcções partidárias “a fazerem boa cara à má fortuna e aceitar a verdade popular, a força no terreno”, disse.
Quanto à posição de Manuel Alegre no PS, Cravinho sublinha que “o facto essencial é que este não quis sair do partido e até agora desenvolve todas as suas iniciativas, faz as suas afirmações políticas como socialista independentemente do conteúdo concreto de cada uma das suas intervenções”.Alegre poderá fazer a diferença entre uma maioria absoluta e uma relativaCravinho adiantou ainda aos microfones da RR que Manuel Alegre poderá ser fundamental para os resultados das legislativas: “uma sua indicação de voto pode fazer a diferença entre uma maioria absoluta e uma relativa” nas eleições legislativas.
Cravinho acrescentou ainda que “Sócrates e Alegre têm conversado, têm estado em contacto” e que se “as pontes não estão rompidas na medida em que Manuel Alegre continua no PS e é natural que haja negociação seja ela qual for”.Para o ex-deputado socialista quando se fala na relação entre o primeiro-ministro e Manuel Alegre “estamos a falar de uma problemática de relacionamento que vai prolongar-se por dois anos, que são dois anos absolutamente decisivos para muita coisa, até porque a crise vai intensificar-se com uma grande tensão social em 2010. A crise vai abranger toda a legislatura e até o mandato do próximo presidente da República”.
Perante um descontentamento crescente, tensão social e desemprego, que se avizinha devido à crise, João Cravinho considera que “governar nos próximos três ou quatro anos não é mais do mesmo”, concluindo que “vai ser um exercício político mais exigente em termos de rigor, em termos de sinceridade política, do que aquele que temos praticado até agora”.
Sobre as críticas de José Lello ao carácter de Alegre, João Cravinho julga “francamente” que não foram combinadas e que terá sido uma intervenção a “título pessoal” e de “maneira nenhuma como porta-voz do partido”.

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