sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Eutanásia deve ser retirada do congresso do PS
Se não serve para discutir os temas, para que serve então o Congresso? Já se percebeu que vamos ter missa cantada, mas os temas do casamento dos homossexuais e da eutanásia poderão propiciar algum debate o que, pelos vistos, assusta alguns sectores. Quem é quem para dizer que a eutanásia não interessa aos portugueses? Porquê? Os portugueses serão menos dotados que todos os outros europeus? Ou aqui não se vive o drama da morte com dor, o drama do sofrimento infligido pelos que querem obrigar as pessoas a sofrerem e a caírem no grau zero da dignidade humana? A quem não interessa a "Boa Morte"? Quem tem medo do debate? Está já a Igreja a mandar também no PS? Ou é tudo puro e simples eleitoralismo? Uns a quererem disputar votos urbanos que perderam por outras razões... outros a não querem perder votos rurais... (PB)
(Público)13.02.2009, Filomena Fontes
É mais uma voz a alertar para o risco de o congresso do PS vir a desaguar num debate sobre temas que "não preocupam a generalidade dos portugueses". Seja o casamento entre homossexuais, seja, agora, a eutanásia. José Luís Carneiro, que preside à Câmara de Baião, desafiou ontem os proponentes da moção sectorial que defende a eutanásia a retirá-la do congresso. "O debate sobre opções de tamanho relevo deve ser amadurecido primeiro nos órgãos internos do partido, alargando-o depois à sociedade", defende o autarca, manifestando-se preocupado com a perturbação que tal discussão vai gerar no conclave socialista, desviando-o das propostas que o PS deve apresentar ao país para sair da crise económica.
Sem pôr em causa "a agenda de valores" que o PS deve acompanhar, José Luís Carneiro considera, no entanto, que os congressistas se devem concentrar no debate das políticas públicas, da reforma do Estado - como a regionalização - e sobre as eleições europeias.
Divulgada esta semana, a moção intitulada Dignidade Humana, Sempre, tem como primeiros subscritores o deputado Marcos Sá, o presidente do PS, Almeida Santos, e o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.
Anteontem, à saída do debate parlamentar - e já depois da polémica suscitada com a posição da Igreja Católica sobre a legalização dos casamentos homossexuais -, José Sócrates resistiu a qualquer comentário sobre o tema.

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