sábado, 24 de janeiro de 2009

Maria José Azevedo garante que avança como independente em Valongo por culpa do PS
24.01.2009, Margarida Gomes
A vereadora revela que o líder federativo do Porto tentou impor Afonso Lobão para "número dois" da lista
Maria José Azevedo (PS) já é candidata independente à presidência da Câmara de Valongo. A candidatura da actual vereadora socialista foi anunciada ontem numa conferência de imprensa em que a própria autarca explicou porque é que, desta vez, não veste a camisola do PS. "Não sou candidata do PS, porque não há uma vontade coincidente entre mim e o partido. É público que um grande número de militantes subscreveu um apelo para que eu voltasse a ser candidata à Câmara de Valongo, mas aquilo que se chama o 'aparelho' não quis.
"Mas foi mais longe. "É o mesmo 'aparelho' que me propôs desistir da minha candidatura em troca de um lugar de deputada ou qualquer outro lugar político de relevo na administração pública". E deixou um recado: "Os que pensavam que me compravam com lugares enganaram-se rotundamente, porque a política só tem sentido quando é exercida com espírito de missão e é com esse espírito que encaro a minha candidatura", afirmou, mostrando-se, assim, disponível para renovar com os cidadãos de Valongo o compromisso que estabeleceu com eles há quatro anos. "A partir de amanhã, a minha candidatura será a candidatura de todos os cidadãos que se queiram juntar a este projecto de esperança", declarou.
Questionada pelos jornalistas, a candidata confirmou que o presidente da federação do PS-Porto lhe propôs o nome de Afonso Lobão (que deverá ser o candidato do partido) para ocupar o segundo lugar na lista para a Câmara de Valongo, sugestão essa que recusou. Apesar das críticas que fez ao aparelho e ao presidente da federação do PS-Porto, Maria José Azevedo ressalvou que nada tem contra o PS e que apenas não se revê na "lógica e nos comportamentos do aparelho". Acrescenta que "sempre foi socialista, mesmo antes aderir ao partido. Questionada também sobre eventuais consequências políticas do facto de protagonizar uma candidatura independente que vai disputar o mesmo eleitorado do PS, a candidata foi taxativa: "Há um ano e meio que ando em negociações com o presidente do PS-Porto, que foi adiando sucessivamente uma decisão (...), enquanto o secretariado da concelhia do PS de Valongo ia fazendo propaganda pública do seu candidato, tentando afirmá-lo", denunciou.
Já quanto ao secretário-geral, disse estar certa de que José Sócrates "não se revê em muito do que é feito e dito em nome do partido".
Maria José Azevedo considerou ainda que não faz sentido que, "após quatro anos de oposição sistemática, constante e pública, sob a bandeira do PS, em benefício do PS e do concelho, em primeiro lugar, venha agora ser promovida uma candidatura alternativa sem sequer se ter dado qualquer tipo de informação aos eleitos que ainda estão em funções".

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