domingo, 9 de novembro de 2008

PS-Porto rejeita introdução de mais portagens no Norte
08.11.2008 - 20h48 Margarida Gomes
Foi das intervenções mais aplaudidas. Renato Garrido Matos, da concelhia da Póvoa de Varzim, foi hoje ao XIII Congresso do PS-Porto dizer que o Governo tem de recuar na decisão de introduzir portagens na Scut Norte Litoral e Scut Grande Porto.Reconhecendo, embora, tratar-se de “uma matéria controversa para alguns camaradas”, Garrido Matos exortou os socialistas a reflectirem sobre a questão. Perante “o período de forte confrangimento económico das nossas populações e do nosso tecido empresarial, o Governo deve ponderar anular a decisão de introdução de portagens na Scut Norte Litoral e Scut Grande Porto”, defendeu.Com o argumento de que os socialistas do Porto em 2004 disseram não à introdução daquela taxa, quando o então ministro António Mexia anunciou a intenção de avançar com a medida na IC1/A28”, Garrido Matos puxou pelos princípios que pautam o PS para alertar o congresso para o “impacto negativo” da medida a nível do “comércio e do turismo [daquela] região”. Autor da moção sectorial “Manutenção das Scut Grande Porto e Scut Norte Litoral”, o dirigente argumentou que “a realidade económica e social desta região justifica o reequacionamento de tal medida, com a devida ponderação dos elevados custos económicos, ambientais e sociais que a introdução de portagens vai acarretar”.
Mas Renato Matos Garrido não esteve sozinho na defesa desta causa.
Pedro Baptista, que se candidatou à liderança do PS-Porto e que perdeu, subiu à tribuna para dizer não às portagens e, dirigindo-se a Pedro Silva Pereira, que ocupava um dos lugares da mesa do congresso, disse: “Esperemos que a presença aqui de um membro do Governo sirva para levar um recado ao meu amigo Mário Lino de que não aceitamos a ideia de que a região do Porto seja a escolhida para ser portajada. Por que raio é que temos de ser nós os escolhidos?” Também José Vieira, o único congressista a votar contra o relatório e contas da Federação distrital do PS-Porto de 2006, insurgiu-se contra a introdução das portagens e perguntou: “Que moralidade é que Mário Lino tem para quer colocar portagens a norte, quando a Via do Infante não é portajada?”
O XIII congresso do PS-Porto ficou marcado pelo afastamento de Francisco Assis dos órgãos distritais do partido. O ex-líder federativo foi ontem informado de que não seria reconduzido no cargo de presidente da mesa da comissão política distrital.
Para esse lugar, Renato Sampaio escolheu Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos.
A proposta contra as portagens foi aprovada por maioria dos delegados.
A lista para a comissão política, encabeçada por Renato Sampaio, alcançou 358 delegados, elegendo 60 membros, e Pedro Baptista conseguiu um resultado surpreendente, ao conquistar 66 delegados, o dobro daqueles que tinha eleito nas eleições. Esta performance permitiu-lhe colocar 11 pessoas na comissão política. Para a jurisdição, Renato conquistou seis lugares e Baptista 1.

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