domingo, 2 de novembro de 2008


Ministro diz que instituição enfrenta "iminente ruptura de pagamentos"


Governo anuncia nacionalização do BPN

Que maravilha de "sistema" em que vivemos: privatiza-se, ou seja entrega-se aos privados o que é rendável, nacionaliza-se, ou seja fica-se com ónus para cima do cidadão, tudo o que o capitalista malbaratou no casino à frente do nariz do querido Estado, cioso da liberdade de movimento dos especuladores privados, mas adormecido em relação á defesa dos míseros tostões de quem vende todos os dias a sua força força de trabalho e nada mais tem! Veremos até que ponto, ou seja quanto vai o Estado (ainda por cima) pagar de indemnização aos queridos accionistas! Percebendo-se que o Banco de Portugal era um dos poucos seres neste país que confiava no BPN! E quem diz que não há alternativa?Face a uma sistema tão estúpido, tão liberal e tão criminoso, é fácil uma alternativa. Deixar funcionar o mercado não pode significar entregar o mundo à banditagem com vista ao "fartar vilanagem", embora seja mesmo isso que tem vindo a significar! (PB)

02.11.2008 - 14h13 PÚBLICO
A nacionalização do BPN será a primeira desde 1975.

O ministro das Finanças anunciou hoje que o Governo vai propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN) que, a confirmar-se, passará a ser gerido pela Caixa Geral de Depósitos.Em conferência de imprensa, no final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, o ministro das Finanças justificou aquela que é a primeira nacionalização em Portugal desde 1975 com a situação “excepcional”, “delicada” e “anómala” vivida por aquela instituição bancária, cujas perdas acumuladas rondam os 700 milhões de euros, das quais 360 milhões associadas a operações com o Banco Insular, de Cabo Verde.O BPN, propriedade da Sociedade Lusa de Negócios, está “numa situação muito perto da iminente ruptura de pagamentos”, sublinhou Teixeira dos Santos, lembrando que a instituição “não tendo vindo a cumprir os rácios mínimos solvabilidade” impostos pelo Banco de Portugal e não existem perspectivas de que encontre, a curto prazo, "novas fontes de liquidez".“Face à inexistência de uma solução que permita defender o interesse dos depositantes, o Governo viu-se obrigado a propor à Assembleia da República a nacionalização do BPN”, declarou o ministro, acrescentando que, já a partir de amanhã, a instituição o funcionamento da instituição será acompanhada por dois administradores do Banco de Portugal. Assim que a proposta de nacionalização for aprovada, a gestão do BPN será entregue à CGD, que será encarregue de “gerir e apresentar um plano de desenvolvimento”.O Governo remeteu mais pormenores para uma conferência de imprensa conjunta de Teixeira dos Santos e Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, agendada para esta tarde. Governo anuncia linha de crédito à bancaNo final da reunião desta tarde, o ministro das Finanças anunciou também a abertura de uma linha de crédito de quatro mil milhões de euros para auxiliar os bancos a reforçar o seu capital, garantindo, assim, a sua solidez financeira. Isto porque, explicou Teixeira dos Santos, o Banco de Portugal vai passar a exigir às instituições financeiras que aumentem o seu rácio de solvabilidade para oito por cento dos fundos base. “Isto vai obrigar as instituições a reforçar a solidez financeira e, nesse sentido, a par do esforço que os accionistas vão ter que fazer, o Governo irá disponibilizar meios financeiros, para através de acções preferenciais, poder também contribuir para essa capitalização dos bancos”, justificou. Frisando que o mecanismo é semelhante ao que outros países da União Europeia têm vindo a aplicar, o ministro das Finanças argumentou que “a capacidade de os bancos concederem crédito depende da solidez” e que “quanto mais forte for, maior capacidade terão os bancos de financiar a economia”.

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