sexta-feira, 15 de agosto de 2008

José Sócrates escolhe emprego para a sua reentrada

Boa iniciativa. Pena é não ser o início de actividade laboral do call center mas apenas o "lançamento" do empreendimento ou seja uma promessa. O desemprego a Norte está muito longe dos números oficiais pois estes não contabilizam a emigração que voltou a assolar o Norte nos últimos anos. O mesmo em relação à precariadade e aos salários miseráveis que fazem, neste momento, do Norte, a região mais pobre da Europa dos 12 e dos seus cidadãos portugueses de segunda no plano económico em relação aos da capital. O Norte precisa de ser governado, no prisma económico, na malha média e fina, e o que se fizer hoje já vem muito tarde, pior o que se fizer apenas amanhã ou depois de amanhã. O que é muito diferente da política económica dos grandes projectos "nacionais". Mas é de acreditar que nenhum governo consiga efectuar uma política regional, porque ela só é possível com a regionalização. Mas como ultimamente parece começar a haver a percepção a Sul de que o país estagna quando o Norte estagna e se arruina quando o Norte se arruina, haja esperança no futuro e determinação na sua construção pegando na bandeira da regionlização e fazendo-a vencer. PB
(Público) 15.08.2008, Filomena Fontes
É pelo lado do emprego que o primeiro-ministro, José Sócrates, retoma, na próxima segunda-feira, a sua actividade política, patrocinando o lançamento de um call center que a Portugal Telecom vai instalar em Santo Tirso e que representa a criação de mais de 1200 postos de trabalho directos. Encarado como um projecto fulcral para um concelho que tem 5500 desempregados, o investimento vinha sendo negociado há mais de ano e meio entre a Portugal Telecom, o Ministério do Trabalho e a câmara local, que cederá os terrenos, em direito de superfície, para a construção do equipamento.
Ao patrocinar o anúncio da criação de mais postos de trabalho, Sócrates dá um sinal, repetidamente pedido quer por socialistas quer pelos partidos da oposição, de que o desemprego que fustiga dramaticamente a região Norte está no centro da sua agenda política. E poderá até aproveitar os indicadores positivos sobre o comportamento da economia portuguesa, ontem divulgados pelo INE.
De resto, o Governo apressou-se já a evidenciar "a resistência" que a economia portuguesa demonstrou face às adversidades da conjuntura internacional - no crescimento económico, no desemprego e na taxa da inflação.
Alicerçados nos resultados da governação, os socialistas afastam para já a realização de qualquer iniciativa que possa ser vista como a rentrée do novo ano político. Porque simplesmente "não se justifica", segundo o porta-voz do PS. "A actividade política do Governo não pode sofrer nenhum intervalo, ainda para mais na conjuntura complexa que se verifica", declarou Vitalino Canas, justificando assim não fazer sentido assinalar o recomeço de algo que não parou. De resto, Canas faz questão de lembrar que já no ano passado o PS não seguiu "essa orientação", embora tivesse havido uma iniciativa no âmbito do Fórum Novas Fronteiras. A reedição de mais um encontro deste fórum de reflexão política não está completamente excluída, mas Canas garante que nada está a ser preparado. Resta saber se o PS fica à espera da anunciada rentrée do PSD, a 6 e 7 de Setembro na Universidade de Verão, para mudar de planos.

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