segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Bom Sucesso abre, mas sem banca de peixe

Aliás a responsabilidade pela falta de condições no Mercado e sobretudo na venda do pescado é única e exclusivamente da Câmara do Porto, entidade proprietária e senhoria do equipamento, o que constitui uma vergonha, na qual o principal protagonista é o vereador do sector. É a própria Câmara a pôr em risco a saúde dos consumidores. Os vendedores que tenham muito cuidado porque isto tudo vai servir de pretexto para uma solução à Rui Rio: vai abaixo; ou passa-se a patacos para Centro Comercial.
(JN) 18.08.08 HUGO SILVA
A Câmara do Porto anunciou que, afinal, só encerrará a zona da venda de peixe e não todo o mercado do Bom Sucesso, como tinha anunciado. Os vendedores respiram de alívio, mas querem alternativas para os afectados.
Às primeiras horas da manhã de hoje, o mercado abrirá como habitualmente. Menos a zona de pescado. Aquela área, no primeiro piso do edifício, encerrará por tempo indeterminado, na sequência de uma inspecção da ASAE, realizada em 18 de Julho passado.
"Não estão reunidas as condições mínimas do ponto de vista higio-sanitário e funcional para o exercício da actividade de venda de produtos de pesca naquele local", sentenciaram os inspectores, que propuseram o encerramento do sector. O inspector-director concordou e assinou um despacho nesse sentido. Só que a notificação que chegou à Câmara, na passada quinta-feira, determinava o encerramento imediato de todo o mercado.
A decisão motivou, ontem, uma reacção pública de indignação por parte do vereador das Actividades Económicas da Câmara do Porto, Sampaio Pimentel, que mereceu o apoio de dezenas de comerciantes do mercado. Poucas horas depois, o presidente da ASAE, António Nunes, veio esclarecer que, afinal, a ordem de fecho restringe-se mesmo à zona de pescado, contrariando o teor da notificação recebida na Câmara, assinada pela inspectora-chefe Maria Adelaide Teles.
Tendo em consideração as declarações de António Nunes e o desespero dos comerciantes, a Câmara optou, então, por encerrar apenas a zona do peixe. Embora Sampaio Pimentel insista na necessidade de um esclarecimento formal da ASAE sobre qual das decisões é que deve ser acatada. O fax com o pedido de esclarecimento seguiu ontem para a ASAE.
Sampaio Pimentel explicou, ao JN, que uma equipa técnica da Câmara vai avaliar o que deve ser feito para melhorar a zona encerrada. Mas não garante a execução das obras, até porque dentro de poucos meses o edifício deverá ser entregue a um privado, no âmbito do concurso para a concessão do mercado. O que Sampaio Pimentel espera encontrar, ainda hoje, é uma solução para os vendedores de peixe afectados.
Serão entre 30 e 50 as pessoas lesadas, contabiliza Pedro Silva, um dos representantes dos vendedores. O comerciante admite que a notícia de que o mercado não será todo encerrado foi recebida com alívio. Sublinha, porém, que é preciso encontrar alternativas para os afectados. Hipótese: talhos que estão vazios no piso superior. Pedro Silva e Armindo Cunha (outro representante) irão tentar falar sobre o assunto com Sampaio Pimentel. Os vendedores defendem, também, que a Câmara deve fazer obras nas zonas problemáticas do mercado.

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