terça-feira, 22 de julho de 2008

Providência cautelar contra demolição do Aleixo

(JN) Em Linha 22.07.08
Os moradores do bairro do Aleixo, Porto, cujas cinco torres Rui Rio pretende demolir, vão apresentar uma providência cautelar, esta semana, para suspender o processo.
"Vai ser de certeza ainda esta semana", disse à Lusa o advogado Tiago Machado que representa a maioria dos moradores. O causídico acrescentou que a medida pretende "defender os direitos das pessoas que querem continuar a morar no bairro, muitas há mais de 30 anos".
"O que a câmara quer é deslocalizar as pessoas, retirá-las das suas casas e mandá-las para outras zonas da cidade que ainda não se sabe quais são", disse.
O advogado referiu ainda que a providência cautelar pretende suspender este processo para obrigar o executivo municipal a reunir-se com os moradores para se encontrar uma solução de consenso".
"Numa situação como esta há que falar com as pessoas não se podem tomar decisões unilaterais", frisou.
O advogado disse-se "consciente" de que há moradores que querem sair do bairro mas sustentou que "a maioria pretende ficar".
A Câmara do Porto está a analisar um plano de requalificação do bairro do Aleixo, que prevê a criação de um fundo de investimento imobiliário com parceiros privados para o aproveitamento daquele terreno sobranceiro ao rio Douro.
O plano, apresentado por Rui Rio em meados de Julho, tem a aprovação assegurada pelos votos da maioria PSD/CDS no executivo municipal, mas o vereador comunista, Rui Sá, pretende apresentar uma proposta alternativa que mantenha os moradores no bairro, apesar de também admitir a demolição das actuais torres.
Tiago Machado criticou ainda o contingente policial que está visível nas imediações da autarquia "por não ser necessário".
Segundo a Lusa constatou no local encontram-se visíveis cerca de duas dezenas de agentes da PSP, Polícia Municipal e Divisão de Trânsito.

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