segunda-feira, 19 de maio de 2008

Letra morta

E que dirá o nosso putativo adversário, o actual Presidente da Federação Distrital do Porto do PS, sobre esta realidade cuidadosamente anotada, por Rafael Barbosa? Talvez que ele é da oposição? Se não for PSD será CDS. Se não PCP. Se não BE. Se não - ah, deve ser isso! - oposição interna! Mas descansemos que, segundo o putativo, esta deve ser uma das matérias que ele desconhece mas sabe que o governo está a estudar. Tenhamos fé. E note-se, pessoalmente, achamos bem todos os compromissos tomados, alguns de uma urgência absoluta, excepto o da Boavista, a não ser em linha enterrada... Sim enterrada, como se faz em Lisboa, com umas belas estações decoradas com arte e não com o cinzentismo com que por aqui por nos vamos conformando...

Rafael Barbosa Chefe de Redacção (JN) 19.05.2008
"Vamos fazer 40 quilómetros de novas linhas e investir 500 milhões de euros". A afirmação, categórica, é do ministro das Obras Públicas, Mário Lino. Foi feita há um ano, a 21 de Maio de 2007, durante a assinatura de um "memorando de entendimento" sobre o metro do Porto. Um momento solene, no Palácio do Freixo, com o primeiro-ministro, José Sócrates, a servir de testemunha e a reforçar o empenho do Governo. "Sabemos o que queremos fazer e como o vamos fazer".No "memorando de entendimento" assinado nesse dia, depois de muitos avanços, recuos e crispações, foi incluído um cronograma. Dizia o documento que, até Janeiro de 2008, seria lançado um concurso internacional para a segunda fase da rede do metro do Porto. Incluiria a extensão da linha de Gaia até Laborim, o prolongamento da linha da Maia até à Trofa, uma nova ligação entre Matosinhos e o Porto (linha da Boavista), uma segunda linha para Gondomar, a partir de Campanhã, e, eventualmente, uma nova ligação entre a Senhora da Hora e o Hospital de S. João.Um ano depois, o que se verifica é que o acordo não foi cumprido. Dos 40 quilómetros de metro que o Governo prometia, não há um único centímetro. Quanto aos 500 milhões de euros que havia disponíveis, devem estar nos cofres do Ministério. Janeiro já vai longe e o concurso internacional ficou por lançar. Sempre se poupam uns cobres. Como se já não bastasse a quebra do compromisso, tudo isto acontece perante o silêncio cúmplice dos autarcas da Área Metropolitana do Porto. Sendo que muitos deles estiveram activamente envolvidos na execução do "memorando". O único reparo que se ouviu foi um vago "ultimato" de Rui Rio por estes dias. Muito pouco.

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