quinta-feira, 17 de abril de 2008

Menezes encosta oposição interna à parede e passa-lhes a batata quente

Por Pedro Baptista
Depois de um dia em que foi vítima de constantes ataques por parte de Rui Rio, fazendo aparecer Aguiar-Branco, um dos ministros mais fracos do governo PSD-PP, como a marioneta do Presidente da Câmara do Porto para a liderança do PSD, acompanhado por um dia de ataques sem precedentes da imprensa lisboeta contra o presidente da Câmara de Gaia, Menezes decidiu convocar novas eleições directas no PSD, não se percebendo muito bem se será ou não candidato.
É evidente que Menezes procura uma vaga de fundo contra os boicotes constantes que tem sido alvo por parte do baronato do partido, sem que não se possa dizer que, em muitos casos, isso não tenha acontecido por culpa própria, resultado de ataques descabelados e incongruentes contra o PS ou contra Sócrates, numa obsessão desenfreada e demasiado intranquila para se afirmar como oposição.
O certo é que, se tal vaga popular de base não alcandorar Meneses ao lugar onde pretende chegar, o de César do PSD, com líderes como Aguiar-Branco à frente do PSD, o PS poderá entrar em férias e fazer asneiras à vontade, não se justificando, no caso, sequer as verbas que o erário público destina aos partidos de oposição, de tal forma isso nunca acontecerá com tal liderança laranja.
(Nem sei se a Ministra da Educação não poderá rasgar o "entendimento" a que chegou ontem com a plataforma sindical dos professores e voltar à moda antiga. Só será melhor não o fazer porque, desta vez, a oposição que cresce, no sector, não é à direita, mas é fundamentalmente à esquerda, com uma expressão que não se via há vinte anos.)
Muita pena, é que a liderança de Meneses não tenha sido aproveitada pela parte regionalizadora do PS (?) para firmar acordos para a revisão constitucional que retirassem a cláusula de bloqueio da regionalização introduzida em 2007. O que não é de espantar quando percebemos que se há uma parte de regionalizadores no PS, há uma outra que só estará disposta a ceder nesse imperativo constitucional, quando não houver nem um tostão para distribuir pelo país que não possa ser desviado para a autoploclamada classe política de Lisboa, a locomotiva da nação num comboio sem carruagens (na medida em que estas se perderam na paisagem).
Quanto aos que, no Porto, esfregam as mãos com a posssibilidade de ser o próprio Rio a ir para a liderança do PSD e a liderar a oposição alternativa ao PS, só temos a dizer que amamos demasiado o nosso país, para querermos à frente do país uma desgraça como a que tem estado à frente do Porto, mesmo que isso nos permitisse, a nível do Porto, libertarmo-nos da abantesma.
Além de que o Porto só se reencontrará consigo próprio quando derrotar nas urnas Rui Rio, optando por um presidente que seja o seu oposto no que respeita à capacidade para ser motor do desenvolvimento da cidade, da Área Metropolitana e da Região Norte.

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