quarta-feira, 19 de março de 2008

Rio mostra projectos mas sem votação


Assis fez bem em apoiar a recomendação.



Tudo o que se pareça com transparência e democracia, para Rui Rio significa hipocrisia e confusão, nisto como em tudo. Aparece como o anti-populista e contudo nunca o Porto vislumbrou populismo tão primário e propagandismo tão abjecto como o que tem sido imposto por Rio. Aparece como o supra-sumo da seriedade mas toda a gente percebe no Bolhão gato escondido com rabo de fora.



Se aparecem socialistas a compararem Rio a Sócrates não pode ser para ajudar o segundo. E se aparecem dos mesmos a apoiar Rio contra Meneses, dizendo que o primeiro sim e o segundo não, é porque há outros factores em jogo: acima de todos, o factor regional. Rio é o homem que o centralismo gosta no Porto. Para o Porto ser o que está a ser. Não é uma lança em África, é um turbante no Porto, sem ofensa para os turbantes nem para as suas montadas, que até somos por uma sociedade aberta multicultural...






(JN) 19.03.2008



O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, está disponível para mostrar os projectos de requalificação do Bolhão e de outros equipamentos municipais com gestão privatizada, mas recusa colocá-los à votação do Executivo, como sugeriu, ontem de manhã, o vereador Rui Sá (CDU). "Uma reunião para votar algo que não é da competência do Executivo? Não. Mas concordo em dar-lhes toda a informação sobre o projecto [que for aprovado pelo Município] e fazer até uma sessão de apresentação com os arquitectos. É o nosso dever", rematou Rui Rio perante a proposta do comunista. Rui Sá defendeu que a capacidade de homologação desses projectos fosse transferida para a vereação, em vez de receberem só o aval do vereador. E deixou a garantia de que, apesar de ter votado contra a concessão a privados, apreciaria "o projecto de arquitectura sem ideias preconcebidas". O socialista Francisco Assis concordou com a recomendação, mas Rio descartou a hipótese. "Não quero ser insultuoso, mas há um toque de hipocrisia nisso", disse Rio, referindo-se à garantia dada por Rui Sá. O presidente entende que a situação geraria "confusão".

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