quarta-feira, 5 de março de 2008

PS quer juntar sete mil pessoas no comício de apoio a Sócrates, mas não foi desta que o secretariado calendarizou as eleições para as "Distritais"

"Público" 05.03.2008, Margarida Gomes e Leonete Botelho

Decisão tomada de um momento para o outro embaraçou socialistas do Porto, sem local para juntar tantos militantes. A rua é a solução.
O PS está a mobilizar todas as estruturas do partido para o "grande comício nacional" do próximo dia 15 de Março, na Praça de D. João I, no Porto, uma acção partidária que pode vir a representar um teste à popularidade de José Sócrates, numa altura em que os protestos contra as políticas educativas tomam conta das ruas.
Ontem foram mais cerca de três mil professores que se manifestaram em Faro.
A decisão de convocar um "grande comício nacional", uma espécie de "toque a rebate" do PS, foi tomada de um momento para o outro, contrariando o inicialmente previsto: jantar do secretário-geral do PS com os militantes do distrito do Porto, primeiro convocado para o próximo sábado, quando professores saem à rua em Lisboa. Esta coincidência levou o secretariado nacional dos socialistas a substituir o jantar pelo comício, uma decisão que causou embaraços a quem tem a responsabilidade de mobilizar militantes - o objectivo é fazer "um comício com seis a sete mil pessoas", adiantam fontes socialistas - e de preparar a logística da iniciativa. Desde logo, por causa do local. A primeira ideia foi realizar o comício numa grande sala do Porto, mas dificuldades na cedência de espaços como o Coliseu, Pavilhão Rosa Mota, ou Mercado Ferreira Borges levou a organização a arriscar fazer o comício na rua, o que pode funcionar como um teste à popularidade do primeiro-ministro.O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, disse ao PÚBLICO que é preciso não dramatizar: "O PS não quer medir forças". "Não temos receios. A democracia portuguesa funciona com toda a normalidade e no dia 15 haverá um comício, teremos gritos do PS e bandeiras a agitarem-se e depois regressaremos todos serenamente para as nossas casas. Nada de pensar em PREC [Período Revolucionário Em Curso], porque o país já não vive no PREC", afirmou.

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