sábado, 1 de março de 2008

Para reflectir mais um pouco

Crise dos professores abre guerra no PS

Leonete Botelho (Público 01.03.2008)

O actual secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, acusou ontem a antiga secretária de Estado dos governos Guterres, Ana Benavente, de ser responsável pelos "piores resultados escolares da Europa" em matéria de sucesso escolar e, na base deste falhanço, afirmou ter estado "uma cedência permanente aos interesses da Fenprof". Valter Lemos respondia, na Rádio Renascença, às críticas feitas na véspera por Ana Benavente na SIC Notícias, onde considerara que "a escola pública está a ser destruída" e que a ministra da Educação "tem protagonizado uma política muito autoritária". "Se fosse professora, também estaria decerto na rua em protesto contra o Governo", confessou.O actual secretário de Estado afirmou-se surpreendido pelo facto de Benavente "cavalgar as posições da Fenprof", apesar de considerar que a sua sucessora "não é grande adepta da avaliação e do rigor", como diz saber-se "desde os tempos em que era secretária de Estado", pelas "cedências" feitas à Fenprof, sobretudo em matéria de avaliação. "Comentários de mau gosto", considera Ana Benavente ao PÚBLICO, frisando que, na sua intervenção televisiva, apenas se referiu a políticas. "O secretário de Estado perdeu uma boa ocasião para explicar o sentido das suas políticas e o porquê da hostilização dos professores", disse. Em sua defesa, a actual investigadora do Instituto de Ciências Sociais lembrou a "forte oposição da Fenprof" às políticas seguidas pelas três equipas da Educação em que participou, lideradas pelos ministros Guilherme d"Oliveira Martins, Marçal Grilo e Augusto Santos Silva. Em concreto, recordou as guerras a propósito da gestão curricular flexível (autonomia das escolas), do lançamento dos agrupamentos escolares, dos currículos alternativos para combate ao insucesso escolar, entre outros.Sobre os maus resultados alegados por Valter Lemos, Benavente diz apenas: "Não sei a que se refere." Contactado pelo PÚBLICO, Augusto Santos Silva - que integrou os dois Governos em confronto nesta polémica - disse que não comenta.

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