segunda-feira, 10 de março de 2008

Mais de 100 000 em 140 000 não darão que pensar? Serão só malandros e privilegiados?

E com tantos militantes e eleitores socialistas presentes, serão mesmo os famigerados comunistas, a modos que os velhos agentes de Moscovo e de Pequim?

Que tal reflectir? Ler com atenção e pensar com a própria cabeça? Reformas necessárias ou contra-reformas disparatadas e reaccionárias no sentido da robotização dum ensino que, ao contrário da propaganda dos números, teve este ano o mais horribilis das últimas décadas, cokmo não podia deixar de ser.

Além do artigo JN que se segue, que tal os artigos de opinião no "Público" de ontem e de hoje de António Barreto, José Madureira Pinto, André Freire. Para só falar de alguns.

Claro que se falasse do artigo do Fernando Madrinha no Expresso, teria de equilibrar, por exemplo, com o do Vasco Pulido Valente. Mas saberá o Sr. Madrinha o que é uma escola? Claro que quem sabe tudo e de tudo é sempre o Sousa Tavares. Brilhante a falar da justiça, da regionalização, da vinicultura ou da religião, como não haveria de ter o mesmo brilhantismo com a educação. Aliás do "Expresso" esperava-se o quê?

Mas fiquemos com a notícia do JN de hoje:


Professor do ano assina manifesto

Arsélio Martins, que em Novembro recebeu das mãos da ministra da Educação o prémio nacional de professores, é o primeiro subscritor de um manifesto promovido pelo Movimento Escola Pública. O documento, que acusa o PS de ameaçar a escola pública, é corrosivo ao apreciar o regime de avaliação. "Queremos dar corpo a uma corrente que mobilize a cooperação contra a competição", sustentam os signatários, reclamando equipas multidisciplinares, "turmas mais pequenas e heterogéneas" e "discriminação positiva das escolas com mais problemas"."Investido na ideologia da rentabilização e da gestão por resultados, que branqueia os verdadeiros problemas e encavalita a urgência dos números do sucesso nas costas dos professores, o PS oferece mais Governo e menos serviço público à Educação. E na escola-empresa, que vai triunfando contra a escola democrática, crescem novas burocracias feitas por decreto, centraliza-se o poder em figuras unipessoais", lê-se no manifesto, disponível na Internet.A iniciativa foi subscrita por mais de 1600 pessoas. Além do professor de Matemática de Aveiro, também o sociólogo Boaventura Sousa Santos, o escritor José Luís Peixoto, o presidente do Sindicato de Professores da Grande Lisboa, António Avelãs, e o deputado do BE, Fernando Rosas assinam o documento. João Madeira, um dos fundadores do movimento, manifestou ao JN a convicção de que "os professores não vão baixar os braços". Docente de História há 28 anos, "nunca viu a classe tão unida e entusiasticamente determinada na rua". João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores, concorda. E, céptico quanto à mudança de discurso da ministra, acha possível na próxima "marcha" estarem mais de 143 mil pessoas. Ou seja mais do que o número total de professores. "É que isto pega-se..." Quarta-feira, Grancho vai à Comissão Parlamentar de Educação expor uma "alternativa" durante os três meses até final do ano lectivo, os "professores avaliadores" deveriam ter acções de formação, todos os instrumentos deveriam ser validados e as escolas deveriam criar, a partir dos princípios de referência, as suas próprias medidas. Em Setembro, todos arrancariam "mais fundamentados". No mesmo dia, será entregue no Parlamento uma petição contra a prova de ingresso na carreira docente, subscrita por 12 mil pessoas. Alexandra Inácio (JN, 10.03.2008)

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